
Recebi a ordem com a minha já conhecida cara de bunda, ao mesmo tempo em que meu chefe dizia que uma de suas secretárias já havia reservado tudo; passagens, hospedagem etc.
- OK... – eu disse.
- Só que desta vez enviaremos dois representantes – disse-me meu chefe. – Vai também a Viviane, da filial de Duque de Caxias.
- Eu a conheço?
- Creio que não. Ela está conosco há alguns meses.
- Ah...
A coisa começou a melhorar. Uma companhia feminina! “Quem está interessado nos novos rumos do marketing? Dane-se o marketing, ora essa!”, eu pensei comigo. Queria era sair daquela sala e descobrir logo quem era essa tal de Viviane.
Logo no corredor, me deparei com Ana Luiza, do DP.
- Aninha do meu coração! – eu disse, estampando um sorriso interesseiro.
- Diga, William, o que você quer? – disse-me Ana Luiza.
- Calma... Faz um favorzinho para mim?
- Diga.
- Tem como você me arrumar uma foto de uma tal de Viviane, da filial de Duque de Caxias?
- E por que eu faria isso?
- Porque você é minha amiga?
- Me erra, William!
Ana Luiza e eu tivemos um “casinho”, uns meses antes. Uma gracinha de menina, mas tão chatinha, meu Deus. Depois de mim, até então, creio eu, ninguém mais pousara naquele corpinho mignon – vinte e seis aninhos bem distribuídos em seios e bumbum pequeninos porém vistosos, bem vistosos. Ana Luiza, a Aninha, tinha a fama de ser – pasme – virgem! Sim, isso mesmo! Virgem! Está bem, confesso, eu não a levei para a cama, mas quem a levou?
- É importante, Aninha! – eu insisti. – Preciso saber quem é essa tal de Viviane!
- Posso saber o porquê?
- Vou a São Paulo com ela na semana que vem, e...
- Sabia! Quer, no mínimo, saber se a “tal da Viviane” é gostosa o suficiente! Poupe-me!
- Não é isso, Aninha! É que...
- É que o quê?
- Esqueça... Não precisa se incomodar. Eu dou meu jeito.
- Eu vejo para você, seu ridículo! – disse-me Ana Luiza fechando a cara e seguindo seu caminho.
Após o almoço, Ana Luiza chegava até minha mesa. Com um sorriso lindo, que só ela tem, carregava nas mãos um envelope.
- Parabéns, William! – ela dizia. – Estará em ótima companhia em São Paulo!
Ana Luiza, ainda sorrindo, me entregava o envelope e dava meia-volta. Antes de abri-lo, não pude deixar de dar uma bela sacada naquele bumbum a se distanciar. Ah, sim, abri o envelope e lá estava: a foto da tal Viviane.
- Puta que pariu! – escapuliu-me o palavrão.
Que mulher feia, meu Deus! Como alguém no mundo poderia merecer tamanha maldade? Não vou descrevê-la; apenas imagine uma pessoa feia, mais bem feia, e multiplique por mil. Na mesma hora imaginei uma semana em São Paulo ao lado “daquilo”.
Fui correndo à sala do chefe.
- Não posso ir a São Paulo! Não posso! – eu dizia ao entrar.
- Mas como, William? Você confirmou...
- Recebi uma notícia meio chata, Dr. Fausto. A minha mãe anda muito doente, sabe? – mentira; muito pelo contrário, minha mãe esbanjava saúde e tinha mais disposição que eu, inclusive –, e minha irmã ligou dizendo que ela piorou e...
- Meu Deus. Não, tudo bem, William. Indica alguém para substituí-lo na viagem?
- O Hélio, pode ser?
O Hélio era um invejoso que não largava do meu pé. Era a hora de me vingar de todo o seu veneno derramado sobre minha carreira.
- OK. Eu falo com ele.
- Muito obrigado, Dr. Fausto.
Passei no DP a fim de dar a notícia à Ana Luiza.
- Aninha, meu amor! Livrei-me daquela viagem! Graças a ti!
- Sabia que você só queria saber se a Viviane era uma “boa” companhia. Seu safado!
Foi quando vi o Hélio saindo da sala do chefe com uma cara ótima.
- E aí, Hélio? Indiquei você para aquela viagem! Gostou?
- Claro, William! Estava mesmo querendo ir a São Paulo ver meus pais. Muito obrigado!
- E terá companhia, hein, Hélio!
- Sim! Sim! Cá entre nós, essa Viviane é um espetáculo!
- Espetáculo? Mas... Você a conhece?
- Quem não a conhece, William? Ela está no meu Facebook, inclusive! Você quer ver?
- C... Claro...
A Viviane era a coisa mais linda do universo! A cada foto que Hélio me mostrava mais raiva eu sentia de Ana Luiza. Filha de uma égua!
Voltei ao DP.
- Ana Luiza! – eu dizia, puto da vida!
- O que houve, William?
- Isso não se faz! Por que mentiu para mim? Quem era “aquilo” que me mostrou?
- Ora, ora... A Viviane, ué?
- Mas o Hélio me mostrou outra Viviane! E linda!
- William, escute o que eu vou te dizer: Você terá que escolher em quem confiar, meu bem. O Hélio morre de inveja de você, não é? Eu sei que morre! Ele pode ter te enganado também, não? Pense.
Até hoje não sei quem mentiu; se o amor, naquela ocasião, ainda existente de Aninha, ou a inveja gritante de Hélio.
4 comentários:
Euri quando ele abriu o envelope hahahahahaha sinceramente acho que quem mentiu foi a Aninha, afinal, mulher quando ainda sente algo por alguém, é capaz de tu-do!
aaah quem mentiu foi a aninha! mulher qnd quer ferrar o homem.. faz qlqr coisa rsrs
e sem contar q o outro quis se gabar né
rs
ótimo conto ;D
bjs luuuh
Só sei que não fui eu!
Não quis ir, né!!
Ela devia ser linda, mas que bom que ele não foi, já que é um egoísta!!
Bjs
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