Respondia Arlete ao questionamento do delegado de polícia, o Floriano, que não entendia como uma mulher forte como ela podia ser mantida sob os poderes do marido por tanto tempo. As agressões se mostravam de forma revoltante por todo o corpo daquela mulher. Dez anos sentindo o peso das mãos de Luiz Fernando não devem ter sido nada fácies.
- Por que demorou tanto a nos procurar, D. Arlete?
Perguntava Floriano.
- Medo.
- Entendo. Você acha que precisa de proteção até que coloquemos as mãos nele?
- Não. Ele não sabe que estive aqui, doutor.
- Alguma idéia de onde ele possa estar agora?
- No circo. Ele trabalha como palhaço de circo.
- Entendo. Você acha que precisa de proteção até que coloquemos as mãos nele?
- Não. Ele não sabe que estive aqui, doutor.
- Alguma idéia de onde ele possa estar agora?
- No circo. Ele trabalha como palhaço de circo.
Floriano forçou os lábios para não rir na frente de Arlete. Seria embaraçoso demais.
- E onde esse circo está agora?
- Aqui na cidade.
- Você também trabalha no circo?
- Aqui na cidade.
- Você também trabalha no circo?
Perguntava Floriano achando um pouco de graça no caso.
- Sim.
- Então vocês não são da cidade?
- Não. Resolvi procurar a polícia daqui, pois acho que cheguei no meu limite de tolerância, doutor. Nós não temos paradeiro. Hoje, o circo está na Praça de Todos os Santos, no Centro. Na semana que vem, nem sei.
- OK. Mandarei meus homens para lá.
Floriano convocava alguns soldados para que trouxessem Luiz Fernando à delegacia para depor. Ficava tentando imaginar o rosto de um palhaço agressivo e covarde, mas não conseguia. Embora nunca confiasse em palhaços de circo, não conseguia concretizar em sua mente a imagem de um ser que tirasse gargalhada das crianças e, ao mesmo tempo, sangue de sua esposa.
Os homens de Floriano retornavam sem sucesso.
- Então vocês não são da cidade?
- Não. Resolvi procurar a polícia daqui, pois acho que cheguei no meu limite de tolerância, doutor. Nós não temos paradeiro. Hoje, o circo está na Praça de Todos os Santos, no Centro. Na semana que vem, nem sei.
- OK. Mandarei meus homens para lá.
Floriano convocava alguns soldados para que trouxessem Luiz Fernando à delegacia para depor. Ficava tentando imaginar o rosto de um palhaço agressivo e covarde, mas não conseguia. Embora nunca confiasse em palhaços de circo, não conseguia concretizar em sua mente a imagem de um ser que tirasse gargalhada das crianças e, ao mesmo tempo, sangue de sua esposa.
Os homens de Floriano retornavam sem sucesso.
- Onde está o Luiz Fernando?
- Não conseguimos, doutor.
- Por quê?
- Não o achamos por lá. Reviramos o circo de cabeça para baixo, mas não o achamos.
- Merda. E o que os outros circenses disseram sobre ele?
- Nada. Apenas que ele não estava por lá.
- Ninguém sabia sobre o paradeiro dele?
- Não, doutor.
- Merda. Se estiverem escondendo ele por lá eu não sei o que pode ocorrer à Arlete. Voltem para lá e protejam Arlete. Temos que por as mãos nele antes que ele ponha as dele em Arlete, entendido?
- Sim, doutor.
Floriano ia então até o circo acompanhado de seus homens. Floriano dava ordens de cercarem o circo, apesar de serem ao todo apenas cinco. Caminhando entre as lonas e os trailers à procura de Luiz Fernando, Floriano se deparava com Arlete.
- Não conseguimos, doutor.
- Por quê?
- Não o achamos por lá. Reviramos o circo de cabeça para baixo, mas não o achamos.
- Merda. E o que os outros circenses disseram sobre ele?
- Nada. Apenas que ele não estava por lá.
- Ninguém sabia sobre o paradeiro dele?
- Não, doutor.
- Merda. Se estiverem escondendo ele por lá eu não sei o que pode ocorrer à Arlete. Voltem para lá e protejam Arlete. Temos que por as mãos nele antes que ele ponha as dele em Arlete, entendido?
- Sim, doutor.
Floriano ia então até o circo acompanhado de seus homens. Floriano dava ordens de cercarem o circo, apesar de serem ao todo apenas cinco. Caminhando entre as lonas e os trailers à procura de Luiz Fernando, Floriano se deparava com Arlete.
- Ainda bem que chegou, delegado.
- Onde ele está.
- No nosso trailer. Ele está bêbado e tentou me agredir.
- Leve-me até lá.
Arlete conduzia Floriano até o seu trailer. No caminho, o delegado avistava diversas crianças com marcas de agressões como as de Arlete. Algumas delas se apresentaram assustadas com a presença da polícia. Começava a pensar como seria viver da arte circense. Um dia aqui, outro dia ali. Floriano via mais e mais hematomas.
- Onde ele está.
- No nosso trailer. Ele está bêbado e tentou me agredir.
- Leve-me até lá.
Arlete conduzia Floriano até o seu trailer. No caminho, o delegado avistava diversas crianças com marcas de agressões como as de Arlete. Algumas delas se apresentaram assustadas com a presença da polícia. Começava a pensar como seria viver da arte circense. Um dia aqui, outro dia ali. Floriano via mais e mais hematomas.
- Quem são essas crianças?
- Filhos.
- Seus?
- Alguns.
- São filhos dos que trabalham no circo, então.
- Isso. Ali. Aquele é o meu trailer. Ele está lá.
- Tem mais alguém com ele?
- Sim, minha filha de 13 anos.
- Merda!
Floriano empunhava seu revolver e corria em direção ao trailer. Com um chute forte, Floriano abria a porta e em questão de segundos colava o cano na testa de Luiz Fernando, que no momento, com a mão direita, pegava a filha pelos dois braços, e com a esquerda a despia de forma violenta.
- Filhos.
- Seus?
- Alguns.
- São filhos dos que trabalham no circo, então.
- Isso. Ali. Aquele é o meu trailer. Ele está lá.
- Tem mais alguém com ele?
- Sim, minha filha de 13 anos.
- Merda!
Floriano empunhava seu revolver e corria em direção ao trailer. Com um chute forte, Floriano abria a porta e em questão de segundos colava o cano na testa de Luiz Fernando, que no momento, com a mão direita, pegava a filha pelos dois braços, e com a esquerda a despia de forma violenta.
- PARADO AÍ SEU FILHO DE UMA PUTA! LARGUE A MENINA!
- Você não terá coragem de matar um pobre palhaço, vai?
- Você não terá coragem de matar um pobre palhaço, vai?
Luiz Fernando, ainda maquiado da noite anterior, debochava do perigo com facilidade.
- NÃO PENSE QUE ESTOU BRINCANDO, CARA! LARGUE A MENINA!
- Não! Eu não acho que deva largá-la. Olhe bem essa bundinha, policial!
- Não! Eu não acho que deva largá-la. Olhe bem essa bundinha, policial!
As atitudes de Luiz Fernando enojavam o delegado, que sentia o estômago embrulhar e a vista turvar.
- EU VOU ATIRAR SE NÃO SOLTAR A MENINA, SEU...
- Ora, policial, você não quer dividir esse “franguinho” comigo? Pense bem!
- Ora, policial, você não quer dividir esse “franguinho” comigo? Pense bem!
O calor que fazia dentro do trailer ajudava ainda mais o mal-estar de Floriano, que passava a enxergar menos por conta do enjôo.
Arlete adentrava e gritava para que Luiz Fernando largasse sua filha.
Arlete adentrava e gritava para que Luiz Fernando largasse sua filha.
- SEU MONSTRO! LARGUE ELA!
- Opa! Agora são duas! Com qual delas vai ficar, policial?
- Opa! Agora são duas! Com qual delas vai ficar, policial?
Dizia Luiz Fernando alisando o corpo ainda sem curvas da filha, que chorava muito.
- AHHHH!
Junto com o berro, Floriano disparava um tiro no meio da cabeça de Luiz Fernando, que tinha agora em seu rosto um misto de tinta, sangue e deboche. Ele abrira um sorriso ao ser atingido.
- Arlete, eu sinto muito. Eu...
- Tudo bem, delegado. Já vai tarde esse desgraçado.
- Arlete, eu sinto muito. Eu...
- Tudo bem, delegado. Já vai tarde esse desgraçado.
Dizia Arlete agarrada à filha. Ambas aos prantos.
Uma multidão cercava o trailer de Arlete a fim de saber o motivo do estrondo. Tendo conclusão do acontecido, Floriano era alvo de um linchamento por parte dos que trabalhavam no circo. Os homens de Floriano chegavam atirando e transformando aquele aglomerado de toldos coloridos num cenário bizarro de risos e morte. A poeira subia cobrindo o corpo de Floriano que jazia ainda sob pauladas, chutes e gargalhadas.
12 comentários:
nossa!
eu fiquei com um nojo TÃO GRANDE desse cara.. que horror!
pior que isso é uma realidade...
é, cuidado com os palhaços..
hahahahaha
parabéns!
está se superando... =)
Triste a realidade que ainda temos que enfrentar...
http://visaocontraria.blogspot.com/
eu nunca vi graça em palhaço de circo.
SAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANNGUEEEEEEEEEEEEE!!!!
Que bacana! =P
Morte Pra esse desgraçado mesmo!!!
pEna q o pobre do Delegado acabou pagando...
Os imbecis que não sabiam(ou sabiam?) do que passava a Arlete ainda o defenderam!!
Aff fikei revoltada e c vontade de colocar uma bomba no circo...raaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiva!!!
aff esses assuntos mexem demais comigo
foi mal!
"não conseguia concretizar em sua mente a imagem de um ser que tirasse gargalhada das crianças e, ao mesmo tempo, sangue de sua esposa."
Nossa O_O To abismada até agora...o meu medo por palhaços acabou de ser quadruplicado :x
Abraços.
='-'=
Nossa, Luciano...
Mt bom o conto.
Ótima história!
Realmente, muito bom.
Um dos melhores que li até agora!
Adorei a capa. :}
Contos com palhaços tem o maior charme.
Abraço;
Até Alí,
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Muito legal mesmo
fiquei impressionada com a descaração desse cara
fazer isso com a própria filha
e coitado do Floriano...
Ando tendo pouquissimo tempo pra ler os blogs que gosto por isso por vezes deixo de vir, mas a-do-rei tinta, sangue e deboche.
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