quarta-feira, 7 de outubro de 2009

200.º POST


É, minha gente, o MEU chega hoje ao seu ducentésimo post. Muitas linhas foram escritas, muitos personagens criados, muitas histórias inventadas, muitas capas elaboradas, muitas fotos usadas e muitos comentários foram feitos. Foram até agora 197 textos publicados e mais de mil comentários vindos de vocês, pessoas próximas ou não, que fazem desse blog um compromisso muito prazeroso para mim.

Quero deixar aqui registrado o quanto sou agradecido pelas diárias visitas e leituras de todos! Sei que ainda não posso (e nem quero) ser comparado a escritores profissionais, que fazem de seus livros verdadeiras portas de entrada para um mundo que somente as palavras bem escritas são capazes de nos transportar, mas espero ser, pelo menos, aquele cara que procura trazer alguns minutinhos de ficção, uma espécie de passatempo mudo; que procura no mínimo ser agradável a quem por aqui passa.

Quando o MEU completou o seu 100º post, publiquei um vídeo, se lembram? Hoje, eu resolvi presenteá-los com um texto perdido em meus arquivos; trata-se de um “esboço” do que viria a ser um romance infantil, no qual Luana (a queridinha do MEU) aparece ainda muito novinha. Estava escrevendo este romance para um concurso, mas não consegui terminá-lo. O que lerão a seguir é apenas uma ideia de toda a história, que teria seu foco nas aventuras vividas pela pequena Luana a bordo de uma nuvem chamada Fofura.

Espero que curtam, embora o texto tenha um teor infantil – aproveitem que a semana da criança vem aí! O romance se chamaria “Não tenha medo, Luana!”.

A todos vocês, muito obrigado pela leitura de sempre!


O vento soprava forte e, como se fossem braços de adultos, balançavam as janelas de toda a casa. Era o prenúncio de uma frente fria carregada de chuvas e as nuvens começavam a mandar os seus sinais. Vinha muita água dos céus. “CABRUM”, ouvia-se das nuvens.

Luana, morrendo de medo dos trovões, cobria-se por completa com seu edredom. Já eram mais de duas da madrugada e a menina não pegava no sono. Pensava em descer até o quarto dos pais, mas o temor a impedia até mesmo de encarar as escadas às escuras. A menina descobria os olhos e, pelo vidro da janela, com cautela, enxergava a forte chuva que começava a cair.

De repente, assustava-se com um clarão! “CABRUM”. Luana voltava rapidamente a cobrir o rosto.

No dia seguinte, domingo, pela manhã, Luana encontrava-se com seus pais à mesa do café.

- Como passou a noite, filha? - perguntava Marcos, seu pai.

- Não muito bem, papai. Demorei a dormir por causa da chuva.

- O que tem a chuva, filha?

- Não foi bem por causa da chuva, papai. Foram os trovões que me deixaram um pouco assustada.

- Ora, Luana, você acabou de fazer cinco anos. Não deveria ter tanto medo de trovões.

- Papai, eu acho que terei medo deles até eu ficar grande.

Camila, mãe de Luana chegava à mesa:

- Bom dia, filha!

- Bom dia mamãe! Estava contando para papai o quanto sofri esta noite por causa dos trovões.

- Ainda com esse medo, Luana?

- Ainda, mamãe.

- Olha, filha, vou lhe contar uma coisa que acabará com esse seu medo. Quer ouvir?

Camila começava a contar à filha uma versão sobre os trovões.

- Você sabe por que os surgem esses barulhos das nuvens?

- Não, mamãe.

- Esses barulhos acontecem quando uma nuvem briga com a outra para ver quem vai ficar num determinado lugar. A briga é tão feia que elas começam a gritar uma com a outra.

- Mas nuvem não tem boca, mamãe!

- Quem lhe disse? Não dá para ver a boca de uma nuvem olhando daqui, mas elas têm, sim; e são capazes de gritar muito alto.

- Mas e a chuva? Por que chove quando elas brigam?

- É que as nuvens não gostam de brigar. Então, depois da briga, elas começam a chorar.

- Então, a chuva é o choro de uma nuvem, mamãe?

- Sim, filha. E as nuvens não gostam quando de ficamos prestando atenção nas conversas delas. Por isso, quando você ouvir os trovões, tente esquecê-los e deixe que as nuvens se entendam.

- Que engraçado.

- Viu? O que há de assustador nisso?

- Você contando assim, nada. Mas à noite me dá muito medo, mamãe.

- Deixe as nuvens discutirem em paz, Luana. Dessa forma, elas vão dizer que você é uma fofoqueira. Você quer isso?

- Eu não!

- Então? Ficamos combinadas assim? Você deixará as nuvens em paz e procurará dormir?

- Vou sim, mamãe!

Marcos ficava sem saber se a explicação de Camila para Luana a respeito dos trovões fora convincente. A menina acabava de tomar o seu leite com torradas aparentando estar bem mais tranquila.

Na noite daquele domingo, Luana perguntava ao pai se Mimi, sua gatinha de estimação, poderia dormir com ela em seu quarto, no segundo andar da casa.

- Luana, eu não sei se isso é uma boa idéia. Não quero essa gata em sua cama.

- Papai, ela dormirá no tapete. Eu juro!

- Deixe-a, Marcos, – dizia Camila – isso fará Luana se sentir menos sozinha durante a noite.

- Tudo bem, Luana. Mas se ela não se comportar, coloque-a de volta para baixo, entendeu? – dizia Marcos.

- Tudo bem, papai!

O céu permanecera nublado durante todo o dia. À noite, a chuva voltava a cair. Luana não se preocupava com a chuva nem com os trovões; estava com sua atenção totalmente voltada para Mimi. As mãos pequenas de Luana acariciavam a testa da gatinha, que ia lentamente pegando no sono.

A chuva apertava. Fazia um barulho forte ao bater na janela do quarto de Luana. A menina, após Mimi fechar os olhos, passava novamente a fixar seus pensamentos na chuva e nos trovões. “CABRUM”. Um forte trovão parecia trazer ainda mais chuva. Mimi acordava assustada com o estrondo.

- Fique tranquila, Mimi. Mamãe me disse que isso é só uma briguinha entre nuvens. Uma delas está chorando. Por isso toda essa chuva.

Mimi arregalava os olhos para Luana.

- Não precisa ter medo, Mimi. Eu estou aqui. E não fique prestando atenção na conversa das nuvens. Elas te chamarão de fofoqueira! Você quer ser chamada de fofoqueira, Mimi?

Mimi, numa atitude repentina, corria para debaixo da cama de Luana. A menina ria e tentava acalmá-la com carinhos.

- Venha para cá, Mimi. Deixa de ser medrosa.

“CABRUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM”.

Este último estrondo havia sido o mais alto e assustador de toda a tempestade. Luana calava-se e arregalava os olhos como Mimi.

“CABRUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM”.

Luana puxava Mimi de debaixo da cama e a segurava no colo. As duas morriam de medo, mas permaneciam quietas diante dos clarões e do barulho da chuva.

- Fique quietinha, Mimi. Já vai passar. A briga entre essas nuvens está feia hoje.

Mimi aconchegava-se no colo da dona a fim de proteger-se.

Depois de algumas horas, a chuva dava uma trégua. Os trovões ficavam fracos até sumirem de vez. Batia em Luana uma curiosidade de saber qual das nuvens lá fora havia vencido a discussão. “Se os trovões pararam, é porque a discussão entre as nuvens já acabou. E se a chuva não cai mais, é porque não há mais nenhuma nuvem chorando lá fora”, pensava a menina.

Luana pensava em abrir a janela para que pudesse conhecer a grande nuvem que gritara tão alto durante horas. Ela seguia até a janela com cautela. Mimi ficava ao chão a observar os movimentos da dona.

Então, Luana abria a janela e se deparava com uma nuvem muito simpática.

- Luana?

- Sim...

- Eu me chamo Fofura! Tudo bom?

- Tudo...

As bochechas de Fofura eram enormes. A nuvem parecia estar sorrindo para Luana.

- Você não deve ter reparado, mas eu estou aqui nesse mesmo lugar há uns cinco dias. Durante o dia, isso aqui fica uma calmaria. À noite, outras nuvens vêm aqui tentar tomar o meu lugar e...

- Já sei! Mamãe me falou! Vocês discutem para ver quem vai ficar com o lugar, não é?

- É isso mesmo, Luana.

- Mas falando assim com você, nem parece que a mesma nuvem faz todo aquele barulho.

- Pois é. Mas é que para defender nosso lugar, a gente precisa gritar de vez em quando.

Fofura e Luana conversaram por alguns minutos. Logo aparecia Soprão, o vento particular de Fofura, aquele que a levava para onde ela ordenava. A nuvem então fazia um convite à menina: um passeio pela cidade.

- Mas eu não disse nada aos meus pais. Se eles acordarem e não me encontrarem aqui no quarto, ficarão preocupados – dizia Luana.

- Eu trago vocês de volta antes do amanhecer. Prometo! – dizia Soprão.

Luana pensava um pouco, mas a ideia de voar a bordo de uma nuvem parecia tão fantástica que não via motivos para recusar ao convite.

- Vamos!

Luana e Mimi então fizeram um longo passeio com Fofura e Soprão. Sobrevoaram toda a cidade e puderam inclusive ver outras nuvens a passear com outras crianças. Durante toda a madrugada, os quatro viveram aventuras inesquecíveis.

E, conforme combinado, Soprão e Fofura deixavam Luana e Mimi em casa ainda antes do amanhecer.

Pela manhã, Marcos e Camila subiam até o quarto da filha para saber como passara aquela noite chuvosa.

- E então, Luana? Tudo bem com os trovões de ontem?

- Sim! Tudo ótimo! Mimi e eu conhecemos uma nuvem e um vento, a Fofura e o Soprão! Eles nos levaram para passear e...

Marcos olhava para Camila como quem diz “a sua história funcionou, mas e agora?”. O casal sorria um para o outro.

5 comentários:

Genésio Nunes disse...

Brigado pelo presente, Luciano!

Que coisa, conhecemos a mãe da Luana... Parece ser boa pessoa.

E conhecemos também de onde vem aquele gosto dela pela chuva, e dias frios. Além daquele vento que sempre ela observava...

Adorei o texto! Agora ele está pronto, não?

Até!

FYC disse...

Luciano, eu AMEEEI!
Como disse o Genésio, conhecemos coisas muito fofas da Luana, cara...
que lindo, sério!

tias, coloquem os babadores!
ahahahaha

beijooos
e PARABÉNS!

Anônimo disse...

que conto mais fofo! *---*
lindo ver a Luaninha assim tão novinha, e mãe dela parecia ser um doce, AMEI!
sempre sonhadora :)
_

Nossa lembro quando o blog completou 100 posts, parece que foi ontem. Parabéns Lu!


bjos

Unknown disse...

uma fofura de conto!

Vanessa Sagossi disse...

Que lindinha a Luaninha!
Muito fofa!
Só que no final fiquei triste. Poxa, a mãe dela era tão legal...
Mais Luana??

Beijos!