
- Qual das duas nós arrombaremos, Bruna? – dizia Gabriela furiosa.
- Ficou maluca? Acalme-se, Gabi!
- Como? Essa filha de uma puta armou para cima de mim!
- Argh! Que raiva! – soltava Bruna.
Joyce então puxa Bruna pelo braço e:
- Tem raiva de quê? Não é a sua namorada quem está lá dentro com Alejandra! Você está com raiva pela Alejandra, não é?
- Joyce! Isso é hora de ciúmes? – revidou Bruna.
- Ah, quer saber? Foda-se! – disse Joyce a sumir na multidão.
- O que houve? – perguntou Gabriela.
- Joyce é maluca! Esqueça! Então? Qual das duas portas nós arrombaremos, Gabi!
Gabriela sentia firmeza na ajuda de Bruna e dizia: “Essa aqui!”.
Gabriela escolhia, por sorte, a porta certa! Mas após a primeira pancada com os ombros – para o espanto de todos – Gabriela e Bruna viam que não seria tão fácil assim. Então começaram a chutar a porta. Chutaram. Mas chutaram tantas vezes e com tanta força que, do lado de dentro do quarto:
- Deve ser Gabriela, Alejandra, deixe-me ir – dizia Lysa, quase que em êxtase –, por favor... Alejandra... Deixe-me...
- Agora? Ah, Lysita, agora não... Deixe a Gabriela para lá!
- Não... Não posso... – dizia Lysa com dificuldades, já que entre as pernas guardava a mão direita de Alejandra, a tocar suas partes com agilidade.
Lysa não se deu conta, tamanho tesão que a tomava, mas sua calcinha, branca e levemente umedecia, já repousava sobre seus pés; estava entregue, completamente entregue.
Alejandra era como uma jibóia que possui sua presa, só que sem usar a força. Eram apenas os lábios, as mãos e os esverdeados olhões que faziam todo o trabalho de manter Lysa quase que fora de si.
Do lado de fora, um dos convidados, um homem alto e forte, completamente tomado pelo efeito das drogas que usara, resolvia ajudar as meninas, achando, no mínimo, se tratar de uma brincadeira. “Carlão”, ele se apresentava.
- Vai, Carlão! Mete o pé nessa porra! – animava-o Gabriela.
- Agora! – dizia Carlão, que em apenas uma pesada, na direção da maçaneta, abria a porta.
O barulho do arrombamento assustou Alejandra, mas sequer atrapalhou o exato momento do orgasmo de Lysa, que gemia levando a cabeça para trás. Com os seios à mostra, o vestido erguido e a calcinha ao chão, Lysa ainda levaria alguns segundos até entender o flagrante.
- VAGABUNDA! – gritava Gabriela, que corria em direção aos cabelos de Alejandra.
Bruna, por sua vez, não teve tempo de reação; foi atropelada pela multidão que resolveu entrar no quarto para assistir a confusão.
Gabriela e Alejandra entravam numa briga de puxões de cabelo, arranhões e tapas. Lysa, já recomposta, vestia-se ao mesmo tempo em que tentava separar as meninas.
- Pelo amor de Deus, Gabriela – dizia Lysa – solte Alejandra! – em vão.
Depois de muito esforço, Lysa conseguia, enfim, separá-las. Com os rostos ensanguentados, Gabriela e Alejandra estavam irreconhecíveis. Lysa pegava Gabriela pelo braço e tratava de sumir do local.
* * *
Lysa e Gabriela entravam num táxi, até então, mudas.
Alguns minutos se passaram e:
- Vagabunda... – sussurrava, chorosa, Gabriela, olhando para o nada.
- Gabriela...
- Cale a sua boca, Lysa! Vagabunda! É isso que você é! E eu achando que... Que idiota! Achando que íamos viver juntas, Lysa! Juntas, sob o mesmo teto! Você tem noção, Lysa? Não, você não tem!
- Gabriela, me escute....
- Escutar o quê? Escutar o que, quando eu vi? Eu vi, Lysa! Você lá, gozando, meu Deus! Gozando! Que vagabunda!
- ...
Lysa não tinha o que dizer. “Ela tem razão. Eu devo ser mesmo uma vagabunda...”, pensava.
As duas chegavam em casa. Gabriela ia direto para o chuveiro; precisava retirar do rosto inchado o sangue e o suor. Só queria tomar um banho, arrumar suas coisas e, infelizmente, voltar para a casa de sua mãe, o quanto antes.
Lysa chegava até a porta do banheiro e:
- Eu... Eu sinto muito, Gabriela...
- Sai daqui, Lysa!
Lysa a atendia. Ia para a cama. Deitava-se e, inevitavelmente, começava a pensar em tudo o que acontecera desde que descobriu seu gosto por meninas. Começou então a lembrar dos “inocentes” beijos que trocava com Gabriela, ainda no início de tudo. E terminou lembrando de alguns minutos atrás, do orgasmo mais vexaminoso do mundo. Se arrependia, sim, mas queria ainda entender o porquê de não ter resistido aos encantos de Alejandra, já que, no fundo, sentia que amava Gabriela, profundamente. Chorava.
[Continua]
5 comentários:
ai ai, qro ver agora. A Lysa tbm ta sempre confusa, eu não gosto da Gabriela, mas tem q amar mt msm pra saber lidar com isso.
Lysa foi vagaba mesmo! Não curti ela fazer isso com a Gabriela.
E essa cucaracha hein? Qual a dela? Já causou um estranhamento entre a Bruna e a Joyce e agora fica dedando a lysa ow ¬¬"
Quero uma Gabriela pra mim xD
O que eu acho mais bacana quando publico contos como os de Lysa, que trata a homossexualidade com muita clareza, é que as pessoas leem, comentam e aguardam os próximos capítulos com a mesma naturalidade com que se encara a heterossexualidade. Isso é muito bacana.
ah, eu gosto da lysa... ok, ela errou feio, mas acho que é tudo mto novo pra ela e certamente a gabriela já aprontou muito nessa vida, né?
Ai, gente, como a Lysa faz isso?
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