terça-feira, 16 de dezembro de 2008

GISELE - O Natal de Luana Sob Outro Ponto de Vista


Parte I:

Rômulo chegava em casa com uma boa notícia para seus pais: Luana – sua prima-namorada – e os pais dela passariam aquele Natal com eles. Mas preferia não anunciar de imediato, pois, naquele momento, os pais de Rômulo recebiam visitas. Apenas alguns familiares, incluindo uma prima do rapaz, a Gisele, que, desde de bem nova, devorava-o com os olhos. Era nítido o incômodo por parte de Rômulo diante da prima. Gisele o olhava e mordia os lábios. Puxava a blusa disfarçadamente a fim de provocar-lhe ainda mais com seu decote. Decote este que já era um escândalo.

- Oi Rômulo. Tudo bom, meu filho?
Dizia seu pai, Jânio.
- Oi pai. Tudo bom. Boa noite pessoal.
Rômulo fazia um gesto com a mão a todos, mas os olhos se voltavam exclusivamente para o tórax de Gisele.
- Boa noite.
Os tios e tias o cumprimentavam sem perceberem a troca de olhares entre Rômulo e Gisele. Nunca desconfiava de nada aquela família. Para eles Gisele era a inocência em forma de menina. Vontade de mostrar os seios? E as calcinhas depositadas propositalmente na gaveta de Rômulo? Jamais! É o que pensariam.

Rômulo seguia até seu quarto. Livrava-se da camisa como se sentisse enforcado por ela. Na verdade não era bem a camisa que causava tal sensação. Os gestos sempre bem pensados de Gisele o faziam perder o fôlego. Abria a gaveta e lá estava: mais uma calcinha de Gisele, como sempre, acompanhada de um bilhete cujo conteúdo seria impróprio até para maiores. Ele guardava-a junto a dezenas de outras. Prometia a si mesmo que as devolveria numa melhor oportunidade.

- RÕMULO!
Gritava Jânio.
- JÁ VOU!
Rômulo ia até a sala.
- Sim, pai.
Rômulo chegava ofegante.
- O que houve, rapaz? Viu um fantasma?
Brincava Jânio.
- Um fantasma não o deixaria assim, titio! Deve ter visto coisa melhor! Não é mesmo, Rômulo?
Metia-se Gisele a fim de provocá-lo.
- Bem - dizia Jânio -, queremos saber se sua namorada passará ou não o Natal conosco, filho.
- Sim. Passará sim.
- Mas que maravilha! Então terei o prazer de conversar melhor com o primo Marcos também.
- Pois é, pai.
- Fico feliz!
- Namorada de Rômulo? Quem é?
Questionava Gisele.
- Uma prima nossa, Gisele. Não nos víamos há anos e...
- Entendi.
Respondia Gisele vermelha de raiva.
- Era só isso, pai?
- Sim. Já está indo dormir, filho?
- Sim. Vocês me dêem licença.
- Tem toda, filho.

Naquela sala, a família continuava com sua reunião a respeito dos preparativos para o Natal. Falavam quase todos ao mesmo tempo. Peru, bacalhau, presentes, árvore. Cada um com seu assunto. Todos desencontrados. Gisele se via solta para agir. Saía do recinto sem ser notada e partia em direção ao quarto de Rômulo.

Batia à porta.
- Pode entrar – dizia Rômulo.
- Sou eu.
- Ora, Gisele. O que quer aqui? Estou indo dormir.
- O que fez com ela?
- O que fiz com o quê?
- Com a calcinha que deixei para ti.
- Fiz o mesmo que com as outras várias. Estão guardadas para o quanto antes devolvê-las.
- Jura que irá devolvê-las, Rômulo.
Dizia Gisele levantando a barra da pequena saia. Sentava-se à beira da cama de Rômulo.
- Por favor, Gisele. Seus pais podem entrar aqui e não será nada agradável...
- Lógico que não será agradável para eles. Mas para mim...
Gisele soltava uma gargalhada, levantava mais a saia e:
- Ih! Esqueci que deixei na sua gaveta.
- Você ficou louca?
- Louca por você, Rômulo. Até quando vai resistir?
- Escuta bem o que vou lhe dizer, Gisele. Eu estou muito feliz com a Luana. Procure outro alguém para ti. Acabará me complicando.
- GISELE!
Gritavam da sala.
- Viu? Saia daqui! Anda!
Ordenava Rômulo.
- Eu vou, mas volto. E se estiver dormindo... Ai...Vai ser divertido!
- Sua louca.
- JÁ VOU!
Gisele gritava e seguia até a sala dizendo ter ido ao banheiro. Todos acreditavam.

Rômulo não tinha certeza sobre seriedade da promessa de Gisele. Permanecia acordado num misto de medo e excitação. Como ser humano, via-se tentado diante de Gisele. Para uma menina capaz de transitar entre os familiares com uma saia daquela e sem nada por baixo, invadir seu quarto mais tarde seria apenas uma amostra do que ela realmente seria capaz. Rômulo lutava contra um tesão incontrolável, mas trancava a porta. Era o mais seguro a fazer.

Parte II (Final):

No dia de Natal, Luana era paparicada a todo tempo pelas tias, prima etc. “Mas olha só que linda!” “É a filha de Marcos? Nossa! Mas está uma gracinha!” “É! Eu a vi no enterro de Arlete. Está uma menina linda!” “Está namorando o Rômulo? Mas esses jovens de hoje...”.

- Todos te adoram, Luana! Viu? Não fico surpreso com o sentimento que sinto por ti. Não se apaixonar por você é coisa impossível a qualquer ser humano.
- Pára, Rômulo. Assim eu não sei o que dizer. Fico sem graça. Pára.
- Não tem motivos para isso, Luana. Você exala simpatia pelos poros. O que posso fazer a não ser lhe comprovar isso através do que sinto?
- Vem me beijar, vem.
Luana aproveitava o momento em que estavam sozinhos à varanda.
- Que bonito!
Uma voz vinha de trás do casal. Era Gisele, também prima de Rômulo.
- Oi Gisele.
Cumprimentava Rômulo.
- Podem continuar. O beijo de vocês, assim, sob as estrelas dessa noite tão especial, está de emocionar. Vamos, continuem!
- Não entendo o que quer dizer, Gisele. É deboche?
- Não vai me apresentar nossa nova prima, Rômulo?
- Para início de conversa, Luana sempre foi nossa prima. Apenas andou afastada.
Luana arregalava os olhos. Assustada e sem entender nada da entonação de voz com que os dois se falavam, ficava calada.
- Luana, essa é a Gisele. Nossa prima.
Apresentava Rômulo.
- Muito prazer, Luana. Mas para a ocasião, acho que não devo ser apresentada como prima, mas como ex-namorada!
- FICOU MALUCA?
Rômulo gritava.
- Como é?
Questionava Luana.
- É isso mesmo, Luana. O seu namoradinho aí parece querer colecionar primas em seu currículo. Você não é a primeira, Luana. Fique sabendo. E nem eu fui! Abra seu olho!
Gisele se retirava da varanda com ar de missão cumprida.

* * *
Minutos depois, Rômulo procurava por Gisele.
- Preciso falar com você sua peste!
- Olha como fala comigo! O que foi? A Luaninha te deixou, foi?
- Cale essa boca e me escuta! Luana foi embora por sua causa! Agora, fique sabendo que se o meu namoro estiver acabado por conta disso, você sofrerá conseqüências que a farão se arrepender de cada calcinha que depositou em minha gaveta!
- Isso nunca! Deixar calcinhas para você me excita sabia?
Gisele colocava a mão sobre o peito de Rômulo.
- Tire a mão de mim, Gisele!
- Tira você!
Gisele colocava a mão de Rômulo sobre sua coxa.
- Você não vale nada, Gisele.
- Não? Então tira a mão daqui que eu quero ver.
Rômulo não tirava. Alisava as pernas de Gisele sem entender o que estava acontecendo com seu próprio corpo. Queria livrar-se de Gisele, mas sentia-se preso às tentações fincadas como estacas.
- Tira, Rômulo. Ou está gostoso? Beija-me! Anda!
- Não!
- Não? Então beijo eu!
Gisele alcançava-lhe os lábios. Os movimentos da menina eram sempre mais rápidos que qualquer reflexo de Rômulo, que, enfim, entregava-se.

Um beijo. Um beijo rápido, porém, voraz.
- Por que fez isso, Gisele?
- Por que fizemos, você quer saber?
- Eu não fiz nada.
- Fez sim, Rômulo. Acabou de me beijar.
- Você me beijou! Eu não.
- Ninguém beija só. Nós nos beijamos!
- Preciso sair daqui. Preciso falar com Luana.
- Falar o quê? “Luana, a Gisele me beijou”. É isso que vai falar?
- Deixe-me em paz, Gisele.
- Escuta, Rômulo. Se não posso ser sua namorada, se Luana é o doce que todo homem se acomoda em ter, deixe-me ser o lado bom disso tudo, Rômulo. Diga se Luana beija como eu o beijei.
- Vai para o inferno, Gisele!

Ali, nos fundos da imensa casa de Rômulo, os dois olhavam-se em silêncio. Todo o resto da família ocupava-se no falatório de sempre. Gisele desabotoava lentamente seu vestido. Tinha a idade de Rômulo, 17 anos, porém, a experiência de Gisele fazia o primo parecer uma criança de colo. Rômulo olhava para cada gesto de Gisele confundindo-se com imagens do rosto de Luana. Estava entre um amor de conto de fadas e a necessidade que era o sexo.

Ele sabia do tanto de explicações que devia à Luana. Sabia que o mais óbvio a se fazer seria partir atrás dela. Mas a fraqueza que se alojava aos membros e ao coração o faziam permanecer por longos quinze minutos diante dos seios desnudos de Gisele. Ele não acreditava no que acontecia. Encontrava-se anestesiado diante das garras de Gisele.
- Eu preciso ir. Se vista, Gisele.
- É o que quer?
- Sim. Quero falar com Luana.
- Então vá. Acho que cheguei ao meu limite também. Faça o favor de devolver-me o mais rápido possível minhas calcinhas. Seu frouxo.

Rômulo dava meia-volta. Parava. Gisele continuava com os seios amostra. Parecia saber que aquilo era o que mantinha Rômulo cada vez mais confuso sobre o que fazer.
- Vai, Rômulo! Vai atrás da Luana!
Gisele tinha o controle.
- Vai Rômulo! Vai atrás da Luana!
Gisele prendia o primo numa teia invisível.
- Vai Rômulo! Vai atrás da Luana!
Rômulo permanecia de costas para Gisele. Paralisado.
- Vai Rômulo! Vai atrás...
Num giro repentino, Rômulo voltava o rosto para Gisele. Levava os lábios até bem próximo dos da prima e:
- Se vista! E nunca mais apareça na minha frente!

Rômulo saía de casa sem dar explicações. Ia até a casa de Luana em busca de perdão. O rapaz omitiria todo o acontecido. Mas estava ciente do peso que carregaria dentro de si a cada vez que olhasse para Luana e dissesse “eu te amo”.

* * *
Mais histórias sobre Luana nas séries “Luana” e “Duas”.

9 comentários:

Drê disse...

Acho que é a minha primeira visitinha aqui.
Gostei.
passa lá no meu tbm.
Acabei de atualizar.

Beijos

http://diariodadre.blogspot.com.

Anônimo disse...

gente, to bege...
luciano, eu adorei de verdade!!!!

meninas, cuidado com as primas...

Janaina W Muller disse...

Tá...é perdoável o que o Rômulo fez até...mas essa Gisele hein, que #$%##
que ela é! HAUhuahUH
E eu acho que a Luana ainda vai descobrir esse ocorrido :D

Abraços.
='-'=

Anônimo disse...

aaaahh e vai ter uma continuação disso, né?
=)

Unknown disse...

ih, gente...
que babado!

rs


FATO q vai ter continuação, né?!
afinal... não perca no p´roximo episódio... Rômulo em: falar ou não falar?! eis a questão...

(ele VAI contar, né?! HUMPF.)

Anônimo disse...

safadooooooooooo!!!
e essa Gisele é mesmo uma piranha hein, mas pior mesmo é o Rômulo, coitada da Luana.
Ela vai acabar sabendo, tomare que não o desculpe!

bjos

Vanessa Sagossi disse...

Aff, que horrível!!!! Se eu pudesse eu matava o Rômulo. Exatamente quando eu estava voltando a acreditar na humanidade...
Mas no final ele teve força. Sem defender os homens, mas agora eu o entendo. Ahh, gente! (Eu nunca pensei que eu fosse dizer isso)... Ah, mas o amor dele pela Luana acabou sendo mais forte... Um beijo, às vezes, pode não significar mais nada além de 'pele' ou sensação momentânea... Pq a gente viu que ele não está com a Luana só por estar, tem algo ai, senão ele não resistiria o 'resto'.
Alguém me tira daqui!!! Não fui eu quem falou tudo isso.. hauhauhau...
(É de lua, daqui a 5 minutos eu mudo de idéia! heheh)

Livia Queiroz disse...

Bom...
De certa forma ele até que resistiu, mas poderia ter sido mais forte...
Mas vai saber!!!

Unknown disse...

Esperando continuação.