quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

JANEIRO MEU II

À medida que a noite chegava, o calor dava sua trégua. Para a alegria de Luana, os ventos se mostravam mais fortes e pareciam anunciar um temporal daqueles. Mimi, sobre a cômoda de Luana, dormia profundamente. Luana pensava numa oportunidade de pedir desculpas a Denis por conta do ocorrido naquela tarde. Mas o Denis devia mexer com toda menina que passava por ali e já devia estar até acostumado com as grosserias, pensava Luana.
- Ai, Mimi, o que eu faço? Detesto ser grossa, mas se eu chegar até ele, a fim de me desculpar, poderá parecer que estou dando confiança. Você não acha, Mimi?
A gata apenas dormia.
- Mimi, sua preguiçosa!
Luana ria.

Marcos e Patrícia, pai e madrasta de Luana, chegavam do trabalho. Luana escutava as vozes dos dois e descia as escadas até a cozinha.
- Oi papai! Oi Patrícia!
- Oi Luana!
Dizia Patrícia.
- Oi filha! Muito calor?
Perguntava Marcos.
- Ai, papai, muito. Nossa!
- E como vocês duas se viraram nesse calor?
Perguntava Patrícia à Luana e Celeste.
- Dona Patrícia, Luana só tomou um banho à tarde porque eu praticamente a pus debaixo do chuveiro.
Dizia Celeste.
- Que isso, Luana? Que porquinha!
- É mentira dela, Patrícia.
Luana ria. Celeste, Marcos e Patrícia também.
- Então vá tomar um banho, Luana – dizia Marcos –, para nós jantarmos.
- Vou lá.

* * *
Já à mesa do jantar, Marcos, que andava com a pulga atrás da orelha desde o Natal [vide “O Natal de Luana”], perguntava à filha sobre seu primo-namorado.
- O Rômulo não viria aqui hoje, filha? O que houve?
- Ah! Ontem, ele havia me dito que hoje teria de ajudar a mãe dele com umas coisas e não saberia a que horas estaria livre. Por isso preferiu vir só amanhã.
- Sei. Esse Rômulo.
- O que foi, papai?
- Nada. Nada.
- Marcos!
Repreendia-o Patrícia.
- Poxa, você sempre adorou o Rômulo, papai. De uns dias para cá, você faz essa cara toda vez que toco no nome dele.
- Deixa para lá, filha. Esquece.
- Ah! – Dizia Luana – Depois do jantar, preciso ir à rua.
- Fazer o quê? Posso saber?
Perguntava Marcos.
- Preciso falar com um menino que mora naquela casa rosa. Preciso pedir desculpas a ele.
- Por quê? O que você fez com ele?
Perguntava Patrícia.
- Você acredita que hoje à tarde eu estava caminhando pela nossa rua e esse menino assobiou para mim?
- Que história é essa, Luana?
Marcos aparentava estar bravo.
- Não, papai, não tem nada a ver. Só que fui grossa com ele. E sem razão.
- Claro que tem razão! Onde já se viu esses marmanjos assobiando para minha filha?
- Não é bem assim, papai. Não houve maldade alguma. Preciso pedir desculpas a ele.
- OK. Você pode ir, mas contarei no relógio, Luana. Você terá dois minutos para fazer isso. Não quero você, Luana, metida com esses garotos daqui da rua. São todos uns malucos.
- Não demorarei, papai. Prometo.

* * *
Depois do jantar, como comunicado, Luana ia até à rua a fim de encontrar Denis. Logo avistava um grupo de jovens. Denis estava lá. Com o Denis havia mais quatro rapazes e seis meninas. Isso deixava Luana meio sem jeito de se chegar, mas antes que a menina pudesse se arrepender, Denis a via e:
- Luana!
Luana parava há uns cinco metros do grupo e encabulava-se ao ver que todos eles se calavam e olhavam para ela.
- Oi.
- Chega mais, Luana.
- Não. Você pode vir até aqui?
O grupo soava em coro: “Hummmm!”
- Qual é pessoal?
Dizia Denis, que deixava o grupo e seguia em direção à Luana.
- Diga, Luana.
Denis vestia uma malha verde clara e uma bermuda estampada com flores e temas havaianos. As luzes dos postes faziam com que os olhos de Denis se mostrassem numa cor diferente. Uma cor difícil até mesmo de distinguir.
- Bem – dizia Luana –, acho que não fui legal contigo hoje à tarde. Queria lhe pedir desculpas pela grosseria, OK?
- Está tudo bem, menina. Não precisava se preocupar com isso. Nem me lembrava mais.
- Nem se lembrava mais do quê?
Luana arregalava os olhos.
- Calma! De você é claro que eu lembro, gatinha. Eu não lembro é das coisas que me disse.
Luana encontrava-se num misto de vergonha, satisfação e irritação.
- Não me chame de gatinha outra vez. Eu só vim até aqui para lhe pedir desculpas. Pedi e, agora, estou indo. Tchau.
- Espere aí. Não quer conhecer a galera?
- Não. Outro dia, quem sabe. Tenho que ir. Meu pai está me esperando.
- OK. A gente se vê?
- Claro! – Vacilava Luana – Digo... Quem sabe? A gente se esbarra.
- OK. Tchau, então, Luana.
- Tchau.

Luana voltava para casa um pouco confusa. Estava longe de entender que a figura de Denis, mesmo aparentando ser o oposto da dela, lhe mantinha anestesiada e sem saber o que pensar. No fundo, Luana sabia que não precisava de desculpas alguma. Sabia que seu interior queria e precisava mesmo era ver mais uma vez o semblante de Denis. Por poucos segundos esquecia-se até mesmo de Rômulo. Sentia-se estranha. Precisava conversar. Precisava de Giovanna, sua melhor amiga. E rápido!

[Continua]

* * *
Foto da Capa: Ana Claudia Temerozo.
Mais histórias sobre Luana em:
LUANA, DUAS, O NATAL DE LUANA e GISELE.

7 comentários:

Anônimo disse...

eu preciso de uma buchecha pra apertar AGORA!!! hahaha
so quero ver a versão do Rômulo nesse tempo com a "legal" da Gisele...

cada vez mais fofa!
viva a luanaaa genteeee!!! hehehehe

bjssssss

Anônimo disse...

Amor,

Por que será que eu e vc gostamos da Luana?? Rsrsrsrs!!!!

Beijos, te amo!!!!

Fabi:)

Livia Queiroz disse...

aaaaaah,
ai ai ai rsrsrs
Será???

Essas confusões, tadinha da Luaninha, deve estar c a kbça à mil!!!
Aguardo as proximas postagens, anciosíssima!!!!

Bjaum

Anônimo disse...

viva a luana foi ótimo! rs

CAMILA de Araujo disse...

O problema é quando o prazer vem também em ver o sofrimento alheio, esse era o problema de Catherine

A Luana é sensacional xD

www.casadobesouro.blogspot.com

Vanessa Sagossi disse...

Ei o que está acontecendoo?

Anônimo disse...

a Luana sonhadora assim é uma graça :) haha
quero a continuação.
vms ver no que vai dar essa história :B

beijos, Lu