sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

VOYEUR III

No dia seguinte, conforme combinado, lá estava eu na porta do estúdio fotográfico da Cia. Zero Street Wear. Durval realmente havia montado um império. Aquelas roupas estavam nos outdoors, na TV, nas revistas e na cabeça dos jovens. Na porta do estúdio, fotos de alguns modelos e recortes de algumas campanhas de revista. Pensava o quão bacana seria se tivesse como profissão tirar fotos daquelas beldades. Alguns dos recortes traziam Isadora, mas eu notava que a menina, mesmo sendo muito bonita e sexy até, não se encaixava nos padrões das outras tão magricelas.

Logo o carro de Durval chegava ao estúdio.
- Demorei, Fábio?
Dizia Durval.
- Não. Imagina.
Eu respondia. Que bela cena.
- Bem, aqui está a Isadora. Fique à vontade. É uma honra ter minha filha na mira de lentes tão famosas, Fábio. E tão amigas também.
- Pois é. Sua filha é o que procuro há muito tempo.
Isadora sorria meio sem graça e:
- Será um prazer posar para o senhor.
Aquele “senhor” me machucava.
- “Senhor” não, por favor. “Você”, eu prefiro.
- Desculpe-me, Fábio.
Ela ria.
- Bem, deixe-me ir. Tenho outros compromissos. Cuide bem da minha filha, Fábio.
- Fique tranqüilo, Durval. Até mais tarde.
- Até.

Durval dirigia-se até a parte de trás do estúdio. Entraria pela porta dos fundos. Observaria tudo escondido entre os cases e equipamentos. Isadora e eu entrávamos para o início dos trabalhos. Mas como se dava início a um trabalho daquele? Ah, dane-se. O fotógrafo famoso ali era eu. Eu decidiria isso na hora.
- E então, Isadora? Fale-me um pouco de sua experiência como modelo, enquanto preparo as lentes.
Durval já deixara a câmera pronta sobre uma mesa. Tudo que eu teria de fazer era focalizá-la e apertar um botão. Click! Pronto!
- Bem, as campanhas das quais participei foram todas da Cia. Zero, ou seja, da loja do meu pai. Por isso, não me sinto assim tão experiente.
- Sei. Mas é um bom começo. Estive vendo suas fotos ali na porta do estúdio. Você tem brilho no olhar, sabe? Sem contar o corpo, que, meu Deus, é lindo demais.
Eu vira na TV uma vez um fotógrafo falando. Eles são bem descolados e não têm vergonha de elogiar suas meninas. Eu embarcava na onda.
- Obrigada, Fábio. Mas me diga, como vamos fotografar primeiro?
- Bem, que tal biquíni? Quero aproveitar essas suas marcas de praia. Pode ser?
- Você é quem manda!
Aquela frase fez explodir meu coração. Aquela voz doce dizendo “você é quem manda” realmente me estremeceu.

A menina trazia consigo uma bolsa com algumas peças de roupa e o estúdio tinha um acervo enorme também. Ela puxava o biquíni da bolsa e dirigia-se até uma espécie de provador a fim de se trocar. Em poucos minutos, Isadora me aparecia com um biquíni branco. Ela ainda dava o laço na parte de baixo do biquíni.
- Ficou bom?
- Ficou ótimo! Vamos começar!
- Você não tem ajudantes, Fábio?
Perguntava Isadora.
- Não. Eles me atrapalham. Gosto de ter controle da situação, entende?
- Então, vamos.
- Bem, quero poses sensuais, OK?
- OK.

Isadora sabia fazer. Fazia poses que nem o meu imaginário seria capaz de compor. E a expressão facial? Seus lábios parados pareciam dizer “sexo”. Carnudos. Isadora apertava os seios, insinuava despir-se, abria e fechava as pernas numa experiência estonteante. Eu não sabia o que fazia. Apenas clicava aquele botão feito um louco.

Eu ficava imaginando o estado emocional de Durval àquela altura. Sua filha em poses sensuais. Será que já não seria o suficiente? Mas ele queria a transa. E eu levaria aquele jogo até o fim.
- Ufa! Está ótimo!
Eu pausava.
- Posso ver como ficaram?
Ela perguntava.
- Não! Sou muito chato quanto a isso. Entenda. Somente depois de tudo. OK?
- Mas por quê?
- Atrapalha. Você dará suas opiniões e isso influenciará a próxima bateria de fotos.
- Ah! Entendi.
De onde eu tinha tirado tantas respostas inteligentes? Achava que ali eu pensava com a cabeça certa. Pura ilusão. A cabeça certa apenas estava trabalhando em função da errada.
- Sente-se um pouco, Isadora. Descanse.
- OK. Vou me trocar.
- Vai por o quê?
- Não sei. O que quer que eu ponha?
- Nada.
- Não entendi.
- Não ponha nada. Seria interessante um nu artístico. Você topa?
- Nua? Ah, não sei se meu pai vai gostar disso, Fábio.
Ela dizia com um sorriso entre os dentes.
- Eu já conversei com seu pai. Disse a ele que algumas fotos nuas poderiam ajudar bastante na sua carreira. Não serão nada vulgares. Eu prometo. Será puramente artístico.
Eu estava demais naquele dia. Nossa!
- Ai, meu Deus. Você tem certeza que...
- Bem, eu tenho. Mas é você quem sabe. Não quero que faça nada sem querer.
Eu mentia. Estou dizendo. É tudo mentira o que atrai. Ela pensava com o dedinho no queixo. Aquilo me deixava excitado.
- OK. Mas não repare minha timidez. Eu nunca posei nua.
- Tudo tem sua primeira vez, Isadora. Eu já estou acostumado com isso.
- Tiro aqui mesmo?
- Pode ser. Não terá nada aí que eu já não tenha visto uma centena de vezes, Isadora.
Eu brincava. Queria que se sentisse o mais à vontade possível. E funcionava.

Em segundos, Isadora estava como veio ao mundo. Nua. Encabulada, sim, mas completamente nua. Encantava-me com os pelos resultantes de um trabalho magnífico de depilação. Uma obra de arte.
- Bela depilação, Isadora. Já esperava pelo ensaio nu, pelo visto.
- Não... Imagina.
Pelo sorriso eu via que sim.

Eu deixava a câmera sobre a mesa e chegava mais perto de Isadora. Observava cada curva, cada detalhe daquele corpo. Ela, a princípio, tapava os seios com um braço e a vulva com o outro.
- Não tenha medo de mim, Isadora. Relaxe. Dessa forma, as fotos ficarão estranhas. Tente se sentir natural.
- Eu tento, mas...
Eu pegava em seus braços e a destapava.
- Olhe para você, Isadora. És linda! Não há do que se envergonhar.
- Tudo bem.
Em pouco tempo, Isadora já caminhava pelo estúdio com naturalidade.
- Você quer um roupão?
Eu perguntava. Durval devia estar querendo me matar.
- Ah! Sim! Quero sim!
Eu precisava mostrar certo profissionalismo. Mesmo sem ser um profissional.

* * *
- Podemos começar as fotos?
Eu perguntava.
- Sim! Vamos!
- Lembre-se. Mantenha-se relaxada. OK?
- Tentarei.

Tentar? Meu Deus. Isadora dava um show de sensualidade. Soltava-se frente à câmera como se fosse um ensaio pornográfico. Não se importava em esconder nada. Eu conseguia que Isadora se sentisse totalmente à vontade e desinibida. Abria as pernas sem pestanejar. Eu, vendo a imensa vontade de Isadora em se exibir, atiçava-a ainda mais.
- Abra mais as pernas... Alise os seios, Isadora... Pegue firme nas nádegas... Puxe-as...
Ela obedecia com um sorriso provocante e dizia:
- Você disse que não seria nada vulgar, Fábio.
- Pois é, mas você está ótima, não quero cortar o feeling.
- Ai, eu estou ficando... Sei lá...
- Excitada?
- Acho que é. Nunca fiz isso, mas estou adorando.
Mas que safadinha. Eu imaginava o Durval vendo tudo aquilo. Isso não o ajudaria em nada. Por Deus, que não.
- Eu também estou ficando...
- Excitado?
- É. Coisa que raramente acontece no meu trabalho.

Isadora, ciente de seu domínio, vinha até mim.
- Chega de fotos! Vamos brincar um pouco!
- Brincar?
Eu perguntava já sabendo o resultado de tudo aquilo.
- É. Brincar!
Eu conseguia. Para o delírio de Durval e mais ainda para o meu.

[Continua]

7 comentários:

Anônimo disse...

gente, isadora solta solta heinnn...
ai n tem como n dizer: durval, vc é nojento!

Unknown disse...

amanhã a "novela" continua!

Anônimo disse...

mas q f...da ...p.... uhaha

Isadora n é mole, ja podemos tirar um pouco o peso da culpa dos ombros de Fabio, pois Isadora ta facilitando heimm....rs

Muito bom....espero o proximo heim....

OBS:Encantava-me com os pelos resultantes de um trabalho magnífico de depilação. Uma obra de arte...

uahuahauhauah......eu ri mto

Vlw Lu

Luciano Freitas disse...

huauhahuauha

sim sim, e, segundo nova regra de ortografia: pelo sem acento mesmo hein! aos poucos vou aprendendo essas mudanças rs...

Anônimo disse...

que safadeza!
uahuahua

Lucas disse...

Ptz!

Isadora também não presta.
Mal de família!

Ótimo.


Abraço.

Kayo Medeiros disse...

sei não, gostei! ;)