quinta-feira, 13 de novembro de 2008

DUAS III - Crème de La Crème

Na fila de inscrição para o Corredor de Artes da Semana de Novos Talentos, Giovanna aguardava sua vez abraçando suas dez poesias escolhidas junto à Luana. Duas meninas à frente conversavam sobre suas apresentações. Uma dizia ter separado duas músicas da Ivete Sangalo para a apresentação. Já a outra, estava ali a fim de inscrever seu grupo de dança de rua. Giovanna não sabia para qual das duas torcia o nariz, já que não admirava nenhuma das expressões ali jogadas ao vento naquele papo de fila.

Enfim, Luana a encontrava.
- Nossa. Procurei-lhe por toda a escola, Giovanna.
- Você não sabia que eu estaria na fila de inscrição? Eu lhe disse!
- Eu sei, Giovanna, mas pensei que viéssemos juntas.
- Desculpe-me, Luana, é que quis garantir o meu lugar na fila. Bem, o que importa é que me achou, não é?
- Isso. Já sabe com quantas poesias poderá se apresentar?
- Não. Mas espero que com umas cinco pelo menos.

Após alguns minutos, Giovanna chega, enfim, à mesa de inscrição.
- O que vai inscrever?
Perguntava a professora Marlene, uma das atendentes.
- Poesias.
- Poesias?
JUSSARA! ALGUÉM JÁ SE INSCREVEU COM POESIA?
- NÃO!
Respondia a professora Jussara, do outro lado do auditório, à Marlene.
- Qual o seu nome?
- Giovanna.
- Giovanna, você é a primeira a se inscrever com poesia, sabia? Parabéns, pois é difícil ver jovens da sua idade interessar-se por tal expressão.
- Obrigada. Essa é minha amiga, a Luana. Ela também adora poesia!
- Que ótimo saber disso, meninas. Bem, Giovanna, preencha essa ficha aqui e me entregue logo após.
- OK. Com quantas poesias eu posso me inscrever?
- Ih! Espere.
JUSSARA, COM QUANTAS POESIAS A MENINA PODE SE INSCREVER?
Àquela altura, todo o auditório já sabia da presença de uma poetisa na fila. Giovanna avermelhava-se.
-
O SUFICIENTE PARA VINTE MINUTOS DE RECITAL!
Esclareceu Jussara.
- Ouviu?
- Sim. Vinte minutos de recital. Oito poesias, no máximo.
- Você é quem sabe, Giovanna. Fique à vontade. Não se esquece de me entregar-me sua ficha preenchida.
- OK!

Giovanna e Luana sentavam-se numas das cadeiras do auditório para decidirem quais seriam as duas poesias eliminadas. Era uma escolha muito difícil, já que aquelas dez poesias eram chamadas pelas amigas de crème de la crème. Luana sentia-se como uma empresária de uma grande artista, a Giovanna, que não conseguiria eliminar sequer um único verso daqueles escritos.
- E agora, Luana? O que faço?
- Olha só. São todas muito boas. Se pensarmos em todas elas como iguais em suas qualidades, bastamos sortear duas e pronto.
- Não sei se concordo, Luana.
- Tem alguma idéia melhor?
- Não.
- Então, sorteemos!
- OK.
Dizia Giovanna simulando um semblante triste.
- Não fique assim, vamos. Jogue-as para o alto e pegue duas. Não as leia para não se arrepender. Simplesmente pegue as oito poesias que estiverem no chão e entregue.
Giovanna fazia exatamente o que Luana propusera. Inscrição realizada.

* * *
Já na casa de Luana:
- Giovanna, você já pensou em como vai recitar suas poesias?
- Ora, recitando.
- Mas você já recitou alguma vez?
- Ai! Não, nunca! Meu Deus! Não pensei nisso, amiga!
Giovanna se desesperava.
- Calma! Você tem uma semana para ensaiar!
- Queria tê-las na cabeça. Não precisar lê-las.
- Entendo. Você tem uma semana para decorá-las então. E acho bom que comece o quanto antes.
- Agora?
- Pode ser!
- Na sua frente, Luana? Tenho vergonha!
- Você terá um auditório lotado, Giovanna.
- Não me lembre disso!
- Vamos! Suba na cama e recite essa aqui.
Luana entregava uma cópia de uma das poesias inscritas para Giovanna e deitava-se no tapete de seu quarto.
- Assim?
- Sim! Comece!
- OK! Que vergonha!

Giovanna respirava fundo e começava a recitar de maneira impecável. Ela não tinha idéia, mas já possuía boa parte de seus escritos muito bem guardados naquela cabecinha. Algumas olhadas ao papel já eram suficientes para recordar Giovanna em suas possíveis falhas. Era a vez de Luana olhar Giovanna com espanto e admiração. A interpretação de cada verso era simplesmente magnífica. Os olhos de Luana brilhavam ao brotar de lágrimas emocionadas. Mimi vidrava os olhos ora em Luana, ora em Giovanna, emitindo um miado empolgado após os últimos versos ditos por Giovanna.

Sei que sou fruto dos sonhos,
Do lixo e da lama de meus pais


- Vai arrasar!
Sussurrava Luana.
- Você está chorando, Luana?
- É que está lindo demais, Giovanna! Que venha o SNT.
Elas riam.

[Continua]

* * *
Foto da capa: Ana Claudia Temerozo.
Mais histórias sobre Luana na série LUANA (
Setembro de 2008).

9 comentários:

Anônimo disse...

aiaiaiai...
acho que o marcelo vai estar lá...
rsrsrss
mto bommmmmmmmmmmmm!
queria essa sensibilidade da luana... =/

Rodrigo Ribeiro disse...

Cara isso tá melhor que a novela das 8!
Parabens, vc escreve muito bem!
AbraçO

Livia Queiroz disse...

Carambaaaaaaaaa to adorandoooooooo
hehehe

Bjaum

P.S.: Assim como a Nathalia Tbm acho que MArcelo vai estar láááá heheh

Anônimo disse...

=)

Marcelo disse...

Daqui uns dias a record ou a globo te contrata pra fazer um roteiro de novela. Muito bom.

1 abraço!

Vanessa Sagossi disse...

heheh... pára des suspense, Luciano. Cade o próximo??

Anônimo disse...

Gostei muito, vou vir visitar teu blog, meus parabens !!

Ulisses Reis

Anônimo disse...

muuito bom!
tomare que a Giovanna se de bem.

bjs

Anônimo disse...

achoo qi ela vaai ganhaar heem!



ps: a foto de aninha na capaa ficoou foufaa :)