terça-feira, 25 de novembro de 2008

DUAS IX - Uma (Final)

No domingo, Rômulo reaparecia à casa de Luana. Marcos e Patrícia estavam em casa e, ao chegar do rapaz, tratavam de assistir TV no quarto. Preferiam deixar a sala livre para Luana e o namorado, que aproveitavam bem o espaço. Dessa vez, Rômulo deixara que Luana ligasse a TV, embora o conteúdo televisivo naquele dia fosse tradicionalmente péssimo. Mas quem estava interessado em programas de auditório ou filmes já amarelados de tanta tortura? O jovem casal fitava-se e beijava-se quase que todo o tempo.
- Adorei o CD que me trouxe ontem, Rômulo.
E beijos.
- Eu sabia que iria curtir.
Mais beijos.
- Você é um amor. Prestou atenção quando disse sobre meu gosto musical.
E mais beijos.

Para Luana, tudo aquilo era muito novo. Para Rômulo, nem tanto. Mas havia algo em Luana que deixava tudo com ar de novidade. O rapaz na verdade nunca tivera experiência tão maravilhosa. Conversar com Luana, mesmo que muito pouco, por conta dos beijos mil, era sempre muito bom. Rômulo ficava sem entender o motivo de tanta sorte. Encontrar uma menina como Luana era como o surgir de um cometa raro no céu.
- Queria te fazer uma pergunta, Luana.
- Quantas perguntas você quiser.
- Algum menino já se mostrou tão apaixonado por ti?
- Nunca.
- Eu não posso acreditar. Uma menina apaixonante como você não ter despertado algo assim em ninguém até hoje.
- Bem, pelo menos nunca ninguém veio me dizer que estava apaixonado por mim, Rômulo.
- Pensando bem, Luana, acho que Deus a guardou numa redoma de vidro até aquele dia na capela.
- Pode ser. Mas e você? Muitas meninas já se apaixonaram por ti?
- Como irei responder? Eu não sei bem... Algumas até chegaram a me dizer isso, mas, sinceramente, o sentimento não foi recíproco. Então...
- Então?
- Não representaram nada. Nada parecido com o que estou vivendo hoje, Luana.
- Fico feliz em saber.
E mais e mais beijos.

À noite, Rômulo jantava com a família de Luana, que permanecia boquiaberta com a inteligência e a educação de Rômulo. O rapaz conduzia os assuntos a estudos, artes, lugares interessantes. Celeste, maravilhada e hipnotizada com o conteúdo de Rômulo, servia os pratos dispersa. Luana era só orgulho ao notar o quão especial era seu namorado.

- Papai, amanhã, às sete da noite, Giovanna se apresenta na SNT da escola. Você vai, não é?
Luana lembrava.
- Sim. Patrícia e eu daremos um jeito de estar lá.
- Você vai também, não é, Rômulo?
- Sim. Terei de faltar ao grupo de estudos, mas sei que valerá a pena. Pelo que me diz, as poesias dessa sua amiga me parecem bem especiais.
- E são. Vocês verão!

* * *
Na segunda-feira, às sete da noite, lá estava Luana no auditório a esperar pela apresentação de Giovanna. Devido a uma partida de futebol da SNT, no mesmo horário, o auditório estava praticamente vazio. Luana encontrava os pais de Giovanna e sentava-se ao lado deles.
- Boa noite, Sr. Nelson. Boa noite, Sra. Amélia.
- Boa noite, Luaninha.
Era como a chamavam os pais de Giovanna.
- Meus pais estão vindo para cá. E meu namorado também.
- Namorado? Luaninha namorando? Que graça!
Dizia Amélia.
- Eles chegaram! Ali!
Luana acenava para os pais. Logo Rômulo também aparecia no auditório.

Todos foram devidamente apresentados um ao outro por Luana. Era hora de aguardar a entrada de Giovanna. Eis que surgia ao palco a professora Jussara:

- Primeiramente, gostaria de dizer que é um prazer enorme receber todos vocês aqui para as apresentações da Semana de Novos Talentos deste ano. Nessa edição, tivemos um número inédito de inscritos no Corredor de Artes, em poesia. Quatro alunos. Em poesia, trata-se de um recorde! Mas vamos lá. Para abrir a noite, ela, aluna do segundo ano do ensino médio, dezesseis anos – a mais jovem desta categoria. Por favor, aplausos para Giovanna.

Os poucos presentes a aplaudiam de pé. Giovanna surgia com um lindo vestido azul frente ao microfone. A menina observava o vazio daquele auditório e mostrava-se um pouco desapontada. Até que avistava seus pais, Luana e a família da amiga. O “bonitão” só podia ser o Rômulo. Estavam bem próximos ao palco. Giovanna, então, começava:

Nos nossos dias mais alegres
O céu, azul ou cinza, faz-se fundo
Sobre as mentes mais confusas
Das mais amantes desse mundo

Uma janela com vista para o nada
Abre-se sempre após minha chegada
Serve-nos de canto, de pouso e morada
Sendo assim, a ouço e me ouve calada

O chão que pisamos, enchemos de luz
Mas luz que vem de nós, que nasce e conduz
O céu que observa ao mesmo tempo nos seduz
Seja azul ou cinza, uma esperança nos produz

Uma coisa meio estranha, terei de agora fazer
Mudar a estrutura para a poesia assim nascer
A amizade vale muito, até um verso não dizer

Todos a aplaudiam de pé, mas Luana não entendia, já que tal poesia nem conhecia.

* * *
Após a apresentação, Giovanna dirigia-se até seus convidados. Luana era a primeira a abraçar a amiga poetisa.
- Ai, Giovanna. Foi tão lindo! Você quase nem olhou os papéis.
- Pois é. Que bom que gostou, amiga.
- Agora, que poesia foi aquela? A primeira que recitou.
- Fiz ontem. Sua percepção não captou?
- O quê? Em recital fica mais difícil, Giovanna.
- As iniciais, Luana, de cada verso.
- Imagina! Não! O que diziam?
- “Nós duas somos uma”. Tive que fazer a última estrofe faltando um verso para que desse certo. Fiz para você, Luana!
- Ai, Giovanna, dá um abraço!
As amigas se abraçaram sob os olhares emocionados de Nelson, Amélia, Marcos, Patrícia e Rômulo. O último ficava ainda mais admirado com os sentimentos presentes na namorada.

* * *
Uma semana depois, a escola onde estudavam fazia um convite à Giovanna. Queriam publicar suas poesias numa espécie de livreto, a fim de presentear os pais de seus alunos no fim do ano. Giovanna aceitava, logicamente, mas com uma única condição: Escolheria o título do livreto. A escola aceitava e, em dezembro, publicava dez poesias de Giovanna com o título escolhido: “Duas”.

Luana vivia um sonho aos braços de Rômulo e Giovanna dava um primeiro passo em sua tão sonhada carreira de escritora. É... Um sol começava, enfim, a brilhar na vida das duas.

Trilha Sonora

[Fim]

* * *
Foto da capa: Ana Claudia Temerozo.
Mais histórias sobre Luana na série LUANA (
Setembro de 2008).

7 comentários:

Anônimo disse...

aaaaaaaaaaaaaiii que tudo! =)))))
foi o conto maaais fofo!
parabéns, luciano!
ficarei aguardando novas hitórias!

beijooo na Luana!
rsrs

Livia Queiroz disse...

Aaaaaaaaaaaaaai que lindo!!!
Pena q acabou, mas tenho certeza q quando menos a gente esperar, a Luaninha reaparece hehehhe

Ja to c saudades!!!!!!!!!

Lindo lindo lindo conto!!!!
Adorei

Bjaummm

Janaina W Muller disse...

Ooh...que lindinhooo! Adoro a Giovanna, ela consegue ser mais fofa que a Luana :)
Maaaas...HAUHauhUAHUhau,a história acabou e eu ainda não vou com a cara do Rômulo. Vou encrencar com ele sempre! XD~

Abraços
='-'=

Unknown disse...

com trilha sonora e tudo... rs
fofinho, hein?!

Vanessa Sagossi disse...

Aiii, que fofo!!!
Ameii.
hahah.. Eu também, Jana. Desvonfiei do Rômulo até o último segundo! xD Cheguei a pensar que ia ter uma daquelas revelações no recital ou que ele já 'conhecesse' a Giovanna.
Trilha sonora... Adorei!! ^^


E não esqueçam de votar:
Escolha o melhor dos contos do muitos em um (do Luciano)
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=60423677


bjuh!

Anônimo disse...

foi liindooo!!! *-*
adorei demais, ja to com saudades me apeguei demais com Luana e a Giovanna, ja fazem parte de mim haha =)
mas tenho certeza de que outros contos ótimos virão :)

beeijos

Pam disse...

LUCIANO to comentando dessa vez aqui..rs... ja q vc nao tava on no msn..rsrsrs...
A-D-O-R-E-I... só to triste pq acabou....
Mas estou anciosa para os contos Natalinos...
bjs!