
Raquel, 16 anos, estudava numa boa e caríssima escola de classe alta, porém, estudar era o que a menina menos fazia. Colecionava admiradores, fofocas, horas de papo no celular e na Internet com amigos e outros que ela nem se quer tinha visto na vida. Enfim, Raquel estava na escola para aumentar o seu ciclo de amizade e exibir suas roupas adquiridas semanalmente com ajuda da mãe que não dispensava um único sábado de shopping.
Na família Braga era Dorival contra Olga e Raquel. A Olga era uma madame. Não lavava sequer um copo. Tinha quem fizesse tudo naquela casa. Vivia sob as de Dorival, empresário bem sucedido, porém infeliz com a família que possuía. Se já não bastasse uma filha que não dava o mínimo valor ao seu suor, tinha ainda a esposa, eterna protetora de Raquel. Isso o levava à fraqueza. Saia do escritório já encharcado de whisky. Talvez assim fosse mais fácil, entre outras tarefas, fazer vista grossa à mão maliciosa do namorado de Raquel, Pedro, que insistia em apalpar os pequeninos seios de Raquel no meio da sala. Dorival reclamava, discursava, era ignorado pelo casal e ainda tinha que escutar a voz irritante de Olga a lhe passar a conversa de que na idade de Raquel os namoros eram assim mesmo. Pronto. Mais guerra.
Um certo dia, Pedro propôs a Raquel que pusessem em prática uma transa a três com Tadeu, amigo do casal. Raquel, fácil demais, aceitou na hora.
- O lance é o seguinte. Eu e Tadeu entraremos no motel no meu carro, como se fossemos um casal de gays. Você, por ser menor de idade, virá no porta-malas. Quando entrarmos na garagem do quarto e descermos a lona, ninguém vai lhe ver e estaremos prontos para brincar.
- Caralho, Pedro. Muito safado, pensou em tudo!
- Claro. Será amanhã.
- Está bem.
No dia seguinte, seguem os três para um motel barato na beira da estrada. Raquel no porta-malas vinha imaginando as loucuras que fariam juntos. Pedro e Tadeu riam com toda aquela situação. Raquel não podia imaginar – e também não podia ver – é que o recepcionista do motel era um ex-amigo dela, o Jorge, que conhecia o Pedro de vista e sabia que era namorado dela. Pedro e Tadeu encenaram de forma brilhante. Jorge, sem palavras, entregou a chave do quarto e ria sem parar por dentro. Na mesma hora, capturou aquela cena através da câmera de segurança da entrada do motel e não teve pena, divulgou no maior site de vídeos da Internet com o título de “Raquel – a cega”.
Devido ao excelente trabalho de divulgação de Jorge entre os amigos de Raquel, o video foi um sucesso estrondoso. Na semana seguinte, Raquel teve que lembrar das orgias estonteantes que fizera com Pedro e Tadeu como um pesadelo. Ela estava sendo ridicularizada pelos os amigos por namorar uma bicha daquela. Pedro e Tadeu então, não tinham o que dizer. Contaram a verdadeira história para os amigos, mas ninguém levou a sério. Não tiveram escolha:
- Raquel, viu a merda que deu?
- Vi, Pedro. Culpa sua, seu idiota. Por que eu fui cair na sua conversa?
- Calma. Temos um jeito. Você fará um video contando toda a verdade e colocaremos na Internet, simples!
- Simples? Vocês ficaram malucos? Você acha que eu estou disposta a me expor dessa forma?
- Você é quem sabe, Raquel. Ou faz por bem ou faz por mal.
- O que? Estão me ameaçando?
- Sim! É contigo agora.
Sem saber o que fazer, Raquel contou toda a história para sua mãe, que logicamente, achou super normal e achou melhor pedir proteção a Dorival. Raquel não aceitou, mas à noite, Olga contou tudo para Dorival.
- Foi isso Dorival. E agora, Raquel está correndo perigo. Faça alguma coisa.
- Essa vagabunda vai ver só.
Dorival partiu em disparada para o quarto da filha na intenção de dar-lhe uma surra. Chegando lá, encontrou Raquel com uma arma apontada para ele.
- Se tocar a mão em mim eu juro que atiro.
- Raquel.
- Eu juro.
- Eu não vou fazer nada. Vamos conversar.
- Você contou a ele, não foi, mamãe?
- Contou sim, filha. Ela contou e precisamos fazer alguma coisa. Abaixe essa arma.
- Eu vou fazer o video confessando toda a verdade. Vou livrar eu, Pedro e Tadeu dessa vergonha e assumir de vez o tesão que tenho nos dois juntos. Sabe por que? As mãos de Pedro dentro da minha blusa são pouco para me saciar, papai e o meu tesão você não pode reprimir. Entendeu?
Dorival teve um ataque repentino, tamanha quantidade de sentimentos de uma vez só. Raquel matou o pai sem disparar sequer um tiro.
Conto publicado originalmente em 13 de novembro de 2007 no fotolog.com/lucianofreitas.
3 comentários:
Que putinha!
;O
me lembro dele...
Oo
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