
Carlos planejava uma viagem com a namorada e mais um casal de amigos para o litoral. Seu celular não parava de tocar. Eram seus amigos ajustando os últimos preparativos para a viagem.
- Carlinhos, que horas você larga do escritório?
- Olha Thiago, como sempre às cinco da tarde. Estarei passando na sua casa às oito da noite. Sabrina já estará aí com você?
- Sim, sim. Já está tudo pronto por aqui. Sabrina e eu não trabalhamos hoje, então aproveitamos para adiantar as coisas por aqui.
- Ótimo! Eu não vejo a hora de sair daqui. Não paro de pensar nessa viagem. A primeira com a Caroline. Hoje já devo ter assinado uns quinhentos documentos sem nem saber do que se tratam, de tanta ansiedade.
- Carlinhos apaixonado? É isso mesmo?
- Sim, Thiago. Apaixonado.
- É isso aí! Oito horas então?
- Sim, às oito!
Nesse dia, Carlos almoçava com sua namorada, Caroline. A felicidade dos dois não cabia em seus corações. Falavam mais do que comiam e se beijavam muito também. O Centro da cidade mais parecia uma festa. Os risos, as piadas, os falatórios e os expedientes terminados mais cedo por conta da euforia de alguns, tomavam conta da avenida mais movimentada. O casal assistia a tudo e riam sem parar. Estavam realmente muito felizes.
- Já preparou sua mala, meu amor?
Perguntava Carlos à Caroline.
- Sim. Desde ontem. Hoje, na faculdade, eu não consegui prestar atenção em sequer uma palavra que o professor disse. Estou muito ansiosa com nossa viagem. Olha como o dia está lindo!
- É mesmo. Também estou nas nuvens com tudo isso. Será a nossa viagem!
- Thiago e Sabrina também estão animadíssimos, amor.
- Sim, falei com o Thiago ainda pouco.
Minutos depois, despediam-se. Caroline ia para casa e Carlos voltava para o escritório para cumprir o restante do expediente.
Chegando ao seu local de trabalho, Carlos era avisado que o Dr. Ciro, seu chefe, o aguardava em sua sala. Imediatamente, Carlos seguia em direção à sala e adentrava.
- Olá, Carlos. Sente-se.
- Diga, Dr. Ciro.
- Doutor não. Aqui nessa conversa serei apenas Ciro. OK?
- Como quiser, Ciro.
- Café?
- Não, não. Acabei de almoçar.
- Ah! É mesmo. Como pude esquecer?
- Como assim?
- É que eu o vi com sua...
- Namorada.
- Isso. Sua namorada. Vi os dois aos beijos no restaurante. É sobre ela mesmo que quero falar.
- Sobre a Caroline?
- Não exatamente, mas ela se inclui também.
- O senhor a conhece?
- Ainda não. Mas gostaria. Carlos, você trabalha comigo há muitos anos e sabe o quanto gosto de você, não sabe?
- Claro.
- Pois bem. Gostaria de lhe fazer um convite.
- Pois não.
- Gostaria que passassem, você e Caroline, logicamente, esse feriado prolongado em minha casa de praia. O que acha?
- Ciro, eu adoraria, mas já estou de viagem marcada e com reservas em uma pousada.
- Que pena. Seria ótimo recebê-los lá em casa. Minha esposa está no Canadá com as crianças e ficarei muito sozinho por lá. Não há como desmarcar?
- Eu já depositei um sinal, Ciro. Desculpe-me.
- Desculpe perguntar, mas de quanto foi o sinal?
- Uma boa quantia.
- Eu pago.
- Não, Ciro. Eu quero muito. Será minha primeira viagem com a Caroline. Vão mais dois amigos nossos e já está tudo certo. Mesmo assim, muito obrigado pelo convite.
- Tudo bem, Carlos, como quiser. Mas a propósito, para onde vão?
- Búzios, senhor.
- OK! Boa viagem, Carlos. Divirtam-se.
- Obrigado. O senhor também. Procure se divertir.
- Tudo bem, garoto.
Carlos saia da sala sem entender algumas coisas. Em dez anos que trabalhava na empresa, jamais fora convidado para sequer um café pelo chefe. O que teria motivado o Dr. Ciro a tomar tal atitude?
[Continua]
Conto publicado originalmente entre 09 e 13 de outubro de 2007 no fotolog.com/lucianofreitas.
3 comentários:
Hm...convite suspeito mesmo...algo me diz que isso tem haver com a Caroline :D
Abraços
='-'=
eu já li e já sei de tudo!
mas passei aqui só p deixar o recado mesmo!
rs
eu já li e já sei de tudo! [2]
gente, o conto é TUDO!
vou ler de novooo!!! =)
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