
Enquanto a água fria caía sobre o corpo de uma Lysa pensativa, Gabriela aparecia à porta do banheiro.
- Está tudo bem, Lysa, relaxa! – dizia Gabriela.
- Gabriela, por favor, vá embora! Preciso ficar sozinha!
- O que tem demais nisso? O cara viu a gente se chupando, e daí?
- SAIA DAQUI! – berrava Lysa.
- OK... Eu... Eu te amo... Mesmo sendo essa grossa que é, eu te amo. Beijos.
No escritório, um Fred de olhos arregalados sentava à mesa. Fred não sabia o que pensar. Ora, o que pensar diante daquilo? Acabara de flagrar a menina de seus sonhos em pleno ato sexual com outra menina.
- E então, o que houve, Fred? – perguntava Tatiana.
- Ah? Nada. Quer dizer, ela não estava em casa. Deve estar a caminho, não sei.
- Você parece nervoso, Fred.
- Eu? Não, imagina... Escuta – mudava de assunto Fred –, conseguiu agendar a visita com aquele cliente? O...
- O Dr. Adalto?
- Isso.
- Sim, está agendada.
- OK. Quer vir comigo?
- Sério?! Eu... Eu posso mesmo? Você nunca...
- Bem, eu acho que está na hora de você começar a fazer algumas visitas e...
- Ai, obrigada, Fred!
Tatiana não sabia exatamente o quê, mas sabia que algo ocorrera na ida de Fred ao apartamento de Lysa. É que Fred voltara “estranho” de lá. Se não bastasse o aspecto preocupado, o rapaz ainda demonstrava uma atenção “diferente” à Tatiana, que, por sua vez, logicamente, achava ótimo.
* * *
Mesmo atrasada, Lysa comparecia ao escritório. Automaticamente, a jovem ia direto à mesa de Fred, mas não o encontrava. Quis perguntar à Tatiana sobre o paradeiro de Fred, mas a mesma também não se encontrava em seu posto. “Onde se meteram?”, pensava Lysa, que, já em sua mesa, resolvia ligar para o celular de Fred.
- Fred, eu...
- Não posso falar agora, Lysa. Estou numa visita, OK?
- Ah, sim...
Lysa, naquele momento, não tinha o que fazer. O jeito era trabalhar, se dedicar àquela papelada que se acumulava em sua mesa, a fim de esquecer – ou pelo menos tentar –aquele episódio embaraçoso de horas antes.
Logo o celular de Lysa soa. Era Adler. “Ainda tem o Adler”, desabafava a si mesma Lysa, que notava que por algumas horas sequer lembrava da existência do alemão.
- Lysa, tudo bom?
- Sim, Adler, tudo – dizia Lysa sem convencer.
- Está com uma voz estranha, Lysa. Está tudo bem mesmo?
- Está, Adler, está! Mas que saco!
- Ah?
- Ai, me desculpa, Adler... É que estou num dia meio difícil aqui no escritório, e...
- Tudo bem, tudo bem... Eu só espero realmente que a presença da Gabriela em frente ao seu prédio, hoje de manhã, não tenha nada a ver com o seu humor.
- Ah? Você encontrou a Gabriela?
- Sim, e ela me disse coisas muito estranhas. Disse-me que você é “dela” e não “minha”, algo assim.
- Eu vou matar a Gabriela!
- Calma, calma, é claro que não acreditei nela, meu amor. Depois das noites que passamos juntos, como acreditaria?
- Claro, claro... É tudo brincadeira da Gabriela...
- Bem, ela não parecia estar brincando, Lysa. Acho que ela sente, sim, algo por ti, de verdade. E o fato de tal sentimento não ser correspondido é que fez com que ela falasse comigo naquele tom ameaçador.
- Ameaçador, é? Hum...
- Mas, deixe isso para lá. Deixe-me te contar o que fiz agora pela manhã...
Enquanto Adler descrevia todos os seus “interessantíssimos” afazeres de pesquisador, Lysa, que mal prestava atenção no que lhe era dito, tentava entender o que ocorria com ela em relação ao sexo e aos sentimentos que se embaralhavam dentro de si. Começava a levar a sério algum tipo de distúrbio; como pôde se entregar a Adler como se entregou, e, na manhã seguinte, ser, de corpo e alma, posse de Gabriela?
Algumas horas depois, chegavam da visita Fred e Tatiana. Sorrindo e carregando um copo de milk shake cada um, os dois chamavam a atenção de todo o escritório por proporcionarem uma aproximação até então inédita. Todos ali sabiam que Fred evitava certas atitudes, a fim de manter em Lysa uma ideia de disponibilidade; Fred nunca quis dar chances a uma suposição errada por parte de Lysa. Mas esse tempo parecia ter chegado ao fim.
Lysa, pela primeira vez, sentia uma pontada de ciúmes – o que embaralhava ainda mais seus pensamentos.
Tatiana chegava até Lysa e:
- Está tudo bem, amiga? Não te vimos mais cedo. O Fred foi atrás de ti e tudo. O que houve?
- Ah... Uns problemas... Família, sabe como é?
- Algo com seus pais?
- Não, não... Esquece, está tudo bem... Mas diga, o Fred te levou na visita, foi?
- Foi! Minha primeira visita a um cliente! Adorei! E o Fred, Lysa? Ele foi um fofo me passando as dicas. Que morra aqui – dizia Tatiana agora em voz baixa –, mas eu arrisco a dizer que, não sei, acho que rolou um clima, sabe?
- Um clima, é? Hum... Que... Que bom.
[Continua]
7 comentários:
gente, COMO ASSIM?
A lysa não sabe o que sente, quem quer, qnd quer...
pessoa confusa q ta me confundindo HORRORES... mas to amandooooooo
ela tem desvio de personalidade, só pode.. concordo com a Nathy, pessoa maluca.. rsrsrrss
tá muuuito bom o conto! :D
Beijos, Luuh.
quanta confusão pra uma só pessoa, adoreei!
njs
Tá, e a Gabriela vai matar quem, afinal?
;)
O Fred já se livrou da "furada", agora só falta o Adler!!rsrs
Beijos
Eita, que loucura!!! Rsrs...
Continua?
Ah...So falta a Lysa dar pro Fred também --'
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