
Toda a trilha sonora repetitiva do escritório chegava aos ouvidos de Lysa como música. Nada a incomodaria naquele dia, nem mesmo a pilha de papéis – fruto ainda de uma sexta-feira muito corrida – sobre sua mesa. “Bom dia”, cumprimentava Lysa, com um sorriso contagiante, os colegas de trabalho.
O motivo dos sorrisos tão ensolarados e do astral nas alturas de Lysa não poderia ser outro: a descoberta de um envolvente sentimento, até então muito distante de seu coração havia anos. Lysa sequer tinha tempo para se questionar sobre o porquê dessa coisa toda vir a ocorrer de forma virtual, estando ela sempre cercada por homens capazes de tudo por um beijo seu. Lysa só pensava que o que sentia era real e pronto. Sentia-se disposta a apostar em Adler.
- Olá! – dizia Fred, um amigo do trabalho – Quanta alegria!
- Pois é, menino – respondia Lysa.
- Posso saber o motivo?
- Digamos que ainda não, OK?
- Humm... Segredos. Entendi. Espero que não seja o que estou pensando.
- E o que está pensando?
- Num dono para o seu coração.
- Digamos que você quase acertou.
- Ah... Bem, deixe-me ir para a minha mesa. Tenha um bom dia, Lysa.
- Bom dia para ti também, Fred.
O Fred sempre deixou muito claro a todos do escritório o que sentia por Lysa; um amor incondicional. Porém, Lysa nunca o enxergou como um pretendente; dizia que Fred, apesar de seus 25 anos, era ainda muito “menino” – seu programa dominical preferido era o de jogar videogame com os amigos pela manhã.
Fred era um cara de muito boa aparência. Moreno e de estatura mediana, Fred tinha os cabelos lisos cuja franja lhe cobria parte de um dos olhos verdes – era o que Lysa costumava chamar, em tom de brincadeira, de “o limite entre o nerd e o emo”. O rapaz possuía um jeito quieto e manso de ser, o que causava suspiros em algumas colegas de trabalho. Tatiana, por exemplo.
- Lysa – dizia Tatiana –, quando é que você vai dar uma chance ao Fred, hein?
- Eu? Chance? Não rola, Tati. Primeiro, ele trabalha comigo. Segundo, ele é muito menino para mim.
- Ah se fosse comigo... Dá vontade de colocar ele no colo e levar para casa!
- Fique à vontade!
* * *
Faltando alguns minutos para o fim do horário de almoço, Lysa, como de costume, acessava a sua caixa de e-mail. Para sua surpresa, Adler havia escrito algo para ela.
Lysa,
Está tendo um dia ótimo, não? Sei disso! Pois eu também estou!
Ich liebe dich! [Eu te amo!]
Adler
Mais uma vez Adler dava sinal de completa sintonia com Lysa. Ele sempre surgia com as frases certas nos momentos certos, o que deixava a jovem cada vez mais impressionada com tudo aquilo. E o “eu te amo”, ao final, fazia com que Lysa o levasse ainda mais a sério.
O telefone celular de Lysa soava. O display informava ser uma ligação de Gabriela. Lysa preferia não atender; não queria que as frases prontas da amiga estragassem o seu dia.
Mas o celular continuou a tocar e tocar. Parecia urgente. Lysa atendia.
- Diga, Gabriela.
- Você falou sobre mim para o tal do Adler?
- Bem, eu acho que sim... Devo ter dito sobre amigos, talvez... Por quê?
- Ele acaba de me adicionar no MSN e de me encher de perguntas sobre você, Lysa. Não respondi a nenhuma delas, lógico.
- Mas como?! Eu posso ter falado sobre você, sobre nossa amizade, mas jamais ter passado o seu MSN.
- Então não sei como ele conseguiu. Só sei que não gostei nada disso, amiga. Abre o seu olho. Depois conversamos.
- Eu...
- Preciso desligar, amiga. Beijo.
- Bei... jo.
Lysa tinha certeza de que, de uma forma ou de outra, a ligação de Gabriela estragaria o seu dia. E aquela história toda era no mínimo estranha. Como Adler conseguira o MSN de Gabriela? E que tipo de perguntas fizera ele à sua amiga? Lysa teve vontade de escrever um e-mail pedindo esclarecimentos a Adler, mas teve de voltar ao trabalho – dessa vez, sem os sorrisos.
[Continua]
6 comentários:
Nooossa...tá ficando cada vez melhor! To adorando! Poste a continuação logo...rs!!
Bjão e um bom dia!
aiaiaiaiaiai...
continua tipo assim... amanhã? haha
Concordo com a Nathalia, Luciano!!
Como assim? Continua?
Nossa, que mistério
haha
Nossa, to super atrasada na leitura aqui!
Isso tá muito estranho hein, fiquei curiosa rsrs
Estranho esse Adler.
Não sei o que é mais clichê, ela se apaixonar por alguém que conheceu a 3 dias, ou ele vir com esse eu te amo em alemão.
tsc...tsc..tsc...
Ps: Adoooooooooorei o Fred *-*
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