segunda-feira, 3 de agosto de 2009

OPUS 1 - Parte 3



Marcos e Patrícia, pai e madrasta de Luana, já se preparavam para ir buscar a menina da casa do namorado. Marcos vestia um casaco no quarto enquanto Patrícia, já pronta, o esperava na sala assistindo à TV. Mimi, a gatinha de Luana, andava por todos os cantos da casa a miar cada vez mais alto. Parecia querer dizer alguma coisa. Na certa pressentia que algo de ruim acontecia à sua dona.

- Por que essa gata não para de miar, Patrícia? – perguntava Marcos.
- Ah, Marcos, quem conversa com ela é Luana, não eu – brincava Patrícia.
- Ela tem comida no pote?
- Sim! Acabei de pôr.
- Eu hein...

Um plantão jornalístico interrompia o filme de Patrícia.

- Ai, meu Deus! Não gosto nada disso – dizia Patrícia.

...e estamos em frente a esta casa, onde ocorre, nesse momento, um sequestro. A informação que tivemos do comandante do Grupo de Operação de Resgate é que quatro bandidos armados mantêm, dentro da casa, uma família como refém. A denúncia veio através de um vizinho que, de sua janela, presenciou a invasão dos bandidos e...

- Marcos!
- O quê?
- Corre aqui! Na TV! Não é a casa de Rômulo?
- Casa de Rômulo? Na TV?
- Um sequestro, Marcos!

Marcos olhava fixamente a TV.

- Meu Deus! Mas é mesmo a casa de Rômulo! Minha filha está lá! Temos que ir até lá agora!
- Espere! Escute!

...acaba de nos chegar nova informação de que são três os reféns: um casal de senhores e seu filho. Segundo uma vizinha, os nomes deles são: Jânio, Lúcia e Rômulo, sendo os pais e o filho respectivamente...

- E minha filha? – perguntava-se Marcos – Eles não citaram o nome de Luana, Patrícia! Vamos até lá!
- Ai, meu Deus! Vamos! Rápido!

No caminho, Marcos tentava o celular de Luana, mas o aparelho encontrava-se desligado. Na verdade, a menina não levara o celular. O deixara em casa por estar sem carga.

- Merda! – dizia Marcos.

Na casa de Rômulo, as negociações iam lentas. A imprensa e um amontoado de curiosos cercavam todo o quarteirão. A chuva apertava, mas o povo não saía de perto.

Os bandidos sabiam que não tinham mais saída. Por mais que vidas fossem perdidas ali – o que complicaria ainda mais a situação deles – tinham ciência de que o plano falhara.

- Rendem-se, por favor! Para o melhor a vocês, rapazes! – dizia o policial negociador.
- Queremos entregá-los – dizia “Um” – e entregar as jóias e o dinheiro também! Mas queremos um documento que garanta nossa liberdade depois disso!
- Mas...
- Mas o quê? Nem eu nem meus amigos temos mais nada a perder aqui! Ou tragam essa garantia ou matamos essa família e matamos-nos um ao outro! Que tal?
- Não! Não precisa derramar sangue, cara! Ligaremos para as nossas autoridades e veremos o que podemos fazer! OK?
- Isso!
- Mas, por favor, não mate ninguém! De acordo?
- Sim! De acordo!

Marcos e Patrícia chegavam ao local. Ao se aproximarem da faixa de segurança que interditava o quarteirão, Marcos se identificava a um dos policiais.

- Meu nome é Marcos! Eu sou o pai da Luana! Ela está na casa!
- Senhor, não há Luana alguma na casa! Há apenas três pessoas: um jovem...
- Já sei, já sei! Eu vi pela TV, mas precisam averiguar melhor! Minha filha é namorada do Rômulo. E prima também! Nós somos da família!
- Espere aqui, sim?
- OK! Mas seja rápido!

O policial se dirigia até o comandante de toda aquela operação. De lá, o policial fazia sinal para Marcos e Patrícia irem até eles.

- Pois não, senhor. – dizia o comandante.
- Seu policial lhe explicou? – dizia Marcos.
- Sim, explicou! Mas, senhor, você tem certeza de que ela já não havia saído do local?
- Não! Eu estava vindo buscá-la! Ela tem dezesseis anos, comandante, e eu não a deixaria vir para casa sozinha, muito menos com essa chuva!
- OK! Deixe-me falar com o negociador. Fiquem aqui!

O policial negociador já estava chegando até ele para falar sobre a garantia solicitada pelos bandidos.

- Senhor – dizia o negociador –, eles querem uma garantia e...
- Esqueça! Pergunte a ele sobre uma menina que também estava na casa!
- Senhor, não há menina alguma por lá! Eu...
- PERGUNTE! Ela pode estar morta ou ferida em algum outro cômodo! Ande!
- Mas, senhor, eles querem uma garantia! Caso contrário, eles farão daquela casa um matadouro onde nem eles sairão vivos!
- OK! Diga que estou providenciando essa garantia, mas vá lá e pergunte sobre a menina.
- OK, senhor!

O negociador chegava mais uma vez até a varanda da casa.

- “Um”, quero saber se há uma menina na casa!
- Sim! Está no banheiro!
- E como ela está?
- Ferida! Tem um corte na cabeça, mas está bem! Só está dormindo!
- “Um”, ela pode estar precisando de atendimento médico! Eu quero a menina!
- E eu quero a garantia!
- Sem a menina, não haverá garantia, “Um”.
- SEM GARANTIA NÃO HAVERÁ NEM MENINA NEM NIGUÉM! JÁ DISSE!

O negociador sentia o drama pelos olhares amedrontados de Jânio e Lúcia. Precisava fazer o jogo daquele bandido, infelizmente.

- OK! Acalme-se! Eu já volto!
- ESTOU PERDENDO A PACIÊNCIA, VERME! PARA EU MATAR A TODOS AQUI POUCO CUSTA.

Chegando até o comandante da operação, o negociador expôs o querer dos bandidos.

- ...e é isso, senhor – dizia o negociador – Eles querem a garantia. Só depois entregarão a família e a menina.
- Merda! Os atiradores de elite já chegaram? Sabe dizer?
- Acabaram de chegar, senhor. Ali!
- Certo! Vamos acabar com essa bagunça já!

O comandante chegava até Marcos e Patrícia e:

- Fiquem calmos, OK? A menina está lá, realmente. Mas, segundo um dos bandidos, ela está no banheiro e com um corte na testa.
- Meu Deus! – suspirava Patrícia aos prantos.
- Não sabemos o real estado dela e eles não querem entregá-la antes de uma garantia de liberdade...
- E onde está essa garantia, comandante?
- Não haverá garantia alguma, senhor. Nossos atiradores se posicionarão para acabar de vez com isso! OK? Confiem na Polícia!

- Meu Deus! Minha filha... – chorava Marcos.

[Continua]

* * *
Foto da Capa: Ana Claudia Temerozo.
Trilha Sonora: Winter (1st Movement) - Antonio Vivaldi.
Mais histórias sobre Luana em:
LUANA, DUAS, O NATAL DE LUANA, GISELE, JANEIRO MEU, VERDADES DE LUANA e MINHA PRIMA LUANA.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ah, tadinha da Luana genteeeeeeeee!
atirador de elite dando certo, NO BRASIL?
aiaiaiai

Janaina W Muller disse...

Nossa, até eu fiquei com pena agora! Tudo depende dos atiradores de elite?! hm...não confio :p

Abraços
='-'=

Livia Queiroz disse...

putzzzzzzzzz

to nervosa cara!


Vai dar tudo certo!

Ai ai ai

Anônimo disse...

hum... estou preocupada, isso não parece nada bem..

tomare que tudo dê certo realmente !

Vanessa Sagossi disse...

Aii, meu Deus! Tadiinha da Luana. Como será que ela tá? Bem que podia estar só fingindo e depois abrir a janela do banheiro fujir e mostrar uma entrada para os policiais. Eu sonho, pode falar... hauhauhauu... Mas sérioo. Tomara que os atiradores funcionem...

beijos!
(:
contiinua..