quarta-feira, 9 de junho de 2010

LYSA23 - Parte 4

A rotina de segunda-feira se apresentava de forma diferente para Lysa. Contrariando a maioria das segundas-feiras, a jovem acordava com a sensação de ter um belo dia pela frente. Vestida num terninho, Lysa não se parecia nem de longe com aquela que transpirara vulgaridades durante o fim de semana. A verdade é que durante os dias úteis Lysa era a seriedade e o profissionalismo em pessoa – amava sua carreira mais que tudo.

Toda a trilha sonora repetitiva do escritório chegava aos ouvidos de Lysa como música. Nada a incomodaria naquele dia, nem mesmo a pilha de papéis – fruto ainda de uma sexta-feira muito corrida – sobre sua mesa. “Bom dia”, cumprimentava Lysa, com um sorriso contagiante, os colegas de trabalho.

O motivo dos sorrisos tão ensolarados e do astral nas alturas de Lysa não poderia ser outro: a descoberta de um envolvente sentimento, até então muito distante de seu coração havia anos. Lysa sequer tinha tempo para se questionar sobre o porquê dessa coisa toda vir a ocorrer de forma virtual, estando ela sempre cercada por homens capazes de tudo por um beijo seu. Lysa só pensava que o que sentia era real e pronto. Sentia-se disposta a apostar em Adler.

- Olá! – dizia Fred, um amigo do trabalho – Quanta alegria!

- Pois é, menino – respondia Lysa.

- Posso saber o motivo?

- Digamos que ainda não, OK?

- Humm... Segredos. Entendi. Espero que não seja o que estou pensando.

- E o que está pensando?

- Num dono para o seu coração.

- Digamos que você quase acertou.

- Ah... Bem, deixe-me ir para a minha mesa. Tenha um bom dia, Lysa.

- Bom dia para ti também, Fred.

O Fred sempre deixou muito claro a todos do escritório o que sentia por Lysa; um amor incondicional. Porém, Lysa nunca o enxergou como um pretendente; dizia que Fred, apesar de seus 25 anos, era ainda muito “menino” – seu programa dominical preferido era o de jogar videogame com os amigos pela manhã.

Fred era um cara de muito boa aparência. Moreno e de estatura mediana, Fred tinha os cabelos lisos cuja franja lhe cobria parte de um dos olhos verdes – era o que Lysa costumava chamar, em tom de brincadeira, de “o limite entre o nerd e o emo”. O rapaz possuía um jeito quieto e manso de ser, o que causava suspiros em algumas colegas de trabalho. Tatiana, por exemplo.

- Lysa – dizia Tatiana –, quando é que você vai dar uma chance ao Fred, hein?

- Eu? Chance? Não rola, Tati. Primeiro, ele trabalha comigo. Segundo, ele é muito menino para mim.

- Ah se fosse comigo... Dá vontade de colocar ele no colo e levar para casa!

- Fique à vontade!

* * *
Faltando alguns minutos para o fim do horário de almoço, Lysa, como de costume, acessava a sua caixa de e-mail. Para sua surpresa, Adler havia escrito algo para ela.

Lysa,

Está tendo um dia ótimo, não? Sei disso! Pois eu também estou!

Ich liebe dich!
[Eu te amo!]

Adler

Mais uma vez Adler dava sinal de completa sintonia com Lysa. Ele sempre surgia com as frases certas nos momentos certos, o que deixava a jovem cada vez mais impressionada com tudo aquilo. E o “eu te amo”, ao final, fazia com que Lysa o levasse ainda mais a sério.

O telefone celular de Lysa soava. O display informava ser uma ligação de Gabriela. Lysa preferia não atender; não queria que as frases prontas da amiga estragassem o seu dia.

Mas o celular continuou a tocar e tocar. Parecia urgente. Lysa atendia.

- Diga, Gabriela.

- Você falou sobre mim para o tal do Adler?

- Bem, eu acho que sim... Devo ter dito sobre amigos, talvez... Por quê?

- Ele acaba de me adicionar no MSN e de me encher de perguntas sobre você, Lysa. Não respondi a nenhuma delas, lógico.

- Mas como?! Eu posso ter falado sobre você, sobre nossa amizade, mas jamais ter passado o seu MSN.

- Então não sei como ele conseguiu. Só sei que não gostei nada disso, amiga. Abre o seu olho. Depois conversamos.

- Eu...

- Preciso desligar, amiga. Beijo.

- Bei... jo.

Lysa tinha certeza de que, de uma forma ou de outra, a ligação de Gabriela estragaria o seu dia. E aquela história toda era no mínimo estranha. Como Adler conseguira o MSN de Gabriela? E que tipo de perguntas fizera ele à sua amiga? Lysa teve vontade de escrever um e-mail pedindo esclarecimentos a Adler, mas teve de voltar ao trabalho – dessa vez, sem os sorrisos.

[Continua]

6 comentários:

Letícia Machado disse...

Nooossa...tá ficando cada vez melhor! To adorando! Poste a continuação logo...rs!!

Bjão e um bom dia!

Nathalia disse...

aiaiaiaiaiai...
continua tipo assim... amanhã? haha

Vanessa Sagossi disse...

Concordo com a Nathalia, Luciano!!
Como assim? Continua?

Yara Lopes disse...

Nossa, que mistério
haha

Anônimo disse...

Nossa, to super atrasada na leitura aqui!

Isso tá muito estranho hein, fiquei curiosa rsrs

camys disse...

Estranho esse Adler.
Não sei o que é mais clichê, ela se apaixonar por alguém que conheceu a 3 dias, ou ele vir com esse eu te amo em alemão.

tsc...tsc..tsc...

Ps: Adoooooooooorei o Fred *-*