quarta-feira, 16 de junho de 2010

LYSA23 - Parte 7

À noite, sentada em sua cama, Lysa pensava nas palavras de Gabriela. Palavras que não saíram de sua cabeça durante todo o dia. Como acreditar naquele “absurdo”? Gabriela, sua amiga, a amava muito além da fronteira da amizade. Lysa, inevitavelmente, pensava nos beijos que trocaram por diversas vezes, sob a intenção mútua (pelo menos até então) de despertar a libido dos homens presentes naquelas boates.

“Mas era tudo tão lúdico”, pensava Lysa, que ao mesmo tempo se questionava se era bom ou ruim beijar os lábios de Gabriela. “Repulsa eu não sentia, nunca senti”. Começava então um conflito interno pelo qual Lysa jamais passou em sua vida: sendo heterossexual, como sempre se julgou, como conseguia, sem qualquer tipo de impasse, beijar Gabriela da forma como beijava? O álcool, sempre presente nessas horas, de certa forma, a influenciava. “Preciso confessar que Gabriela beija melhor que muito menino que já ‘peguei’ por aí, mas...”. Lysa continuava o questionamento enquanto ligava o notebook.

O telefone soa alto e, com o susto, Lysa percebe que alisava o próprio corpo enquanto se questionava sobre Gabriela. Arregala os olhos, respira fundo, levanta da cama e vai correndo em direção ao aparelho.

Eram seus pais, que tentavam se comunicar com Lysa havia mais de duas semanas.

- Lysa, minha filha – dizia sua mãe
–, você não dá mais sinal de vida? Essa sua secretária eletrônica serve para quê? Seu pai e eu ficamos preocupados! Quase fomos aí!

- Ai, mamãe, é que minha vida tem sido tão corrida... Mal paro em casa.

- Isso não é desculpa, Lysa! Porque se seu pai deixar de depositar o dinheiro na sua conta, você ligará num instante!

- Mil desculpas...

- Está tudo bem, minha filha?

- Está, mamãe, tudo bem. E vocês por aí?

- Também, graças a Deus! E os estudos, o trabalho? Tudo bem?

- Sim, tudo na paz.

- Por falar no trabalho, e aquele tal de Frederico, minha filha? Hein?

- Ah... o Fred? Mamãe, quantas vezes preciso lhe dizer que não há nada entre o Fred e eu? Somos amigos, só isso!

- Ah, mas ele é tão bonzinho, Lysa. Ainda me lembro daquela vez que...

- Já sei! Que vocês passaram um fim de semana aqui em casa e que ele levou vocês para conhecerem o Cristo Redentor, não foi?

- Isso!

- Você me conta essa história toda vez que me liga, mamãe!

Como sempre, a conversa entre Lysa e seus pais não passou da superfície. Lysa procurava não se aprofundar muito nos assuntos sentimentais com seus pais. A mãe de Lysa, desde que conheceu o Fred, martela na ideia de um futuro casamento. Como, diante disso, Lysa se abriria com a mãe para falar sobre Adler? E sobre Gabriela, então? Preferia manter a superficialidade das conversas e passar aos seus pais a imagem de menina esforçada que sempre passou – o que, em partes, não era bem uma mentira, haja vista sua seriedade profissional.

Depois de falar por, mais ou menos, quarenta minutos com seus pais, Lysa retornava ao notebook. E, para sua surpresa, a tela exibia um “oi” de Adler pelo MSN.

Lysa: oi

Adler: estamos bem?

Lysa: um pouco. a gabriela me confirmou o seu email e isso me deixou feliz

Adler: fico feliz tb

Lysa: só estou muito confusa. não posso achar normal vc ter invadido o meu msn

Adler: eu entendo. bem, se vc quiser me bloquear, tudo bem. sentirei sua falta, mas entenderei o seu lado. mas antes, gostaria que visse uma coisa.

Lysa: o que?

Adler habilitava sua webcam e aguardava o aceite de Lysa.

Lysa, ainda muito insegura, aceita o convite de Adler, que logo aparece segurando algumas folhas de papel escritas e desenhadas em hidrocores coloridos. Os papéis, jogados um a um ao chão, diziam: “Vou ao Brasil no mês que vem e espero te encontrar! Acho que ao vivo serei capaz de dizer com mais clareza tudo o que venho sentindo por ti”.

Depois de jogar a última folha ao chão, Adler esboçou um sorriso meio sem graça, mandou um beijo e desligou a câmera.

Se já não bastasse a beleza incontestável de Adler, a “declaração mais que fofa” do rapaz deixava Lysa sem ação, sem saber o que pensar. A confusão imperava na cabeça da jovem.

Lysa: q lindo, adler. é certo mesmo? vc vem ao brasil no mês que vem?

Adler: sim. preciso finalizar alguns estudos que faço sobre a cultura de vcs.

Lysa: ah, sim

Adler: posso contar com a sua ajuda por aí?

Lysa: sim, claro...

Sem perceber, lá estava Lysa novamente entregue aos encantos de Adler. Aquela que prometera a si mesma nunca mais falar com o rapaz, estava agora o ajudando a programar uma viagem – Adler precisava ir aos lugares certos, onde as culturas a serem pesquisadas realmente se faziam presentes.

[Continua]

8 comentários:

Letícia Machado disse...

Que história mais estranha desse Adler hein!! Alemão hacker e estudante da cultura brasileira?! Não me convenceu!rs

Bjs!

NATHALIA disse...

eu acho q ja disse q to AMANDO umas 546 vzs, mas posso repetir? hahaha

Vanessa Sagossi disse...

Verdade que esse cara é estranho! Mas quero ver no que isso tudo vai dar... Continua?

DL ;* disse...

Esse homenzinho ai é muito estranho pro meu gosto.. um alemão que estuda a nossa cultura e é hacker.. na moral.. ai tem treta
rsrrs
tô looouca pra ve aonde isso vai daar :D

beeijos Luh

Anônimo disse...

quanta coisa estranha, aí ngm é normal não rsrs

bjs

Fabi Romeo disse...

eu hein... pessoa esquisita.

Yara Lopes disse...

realmente muito suspeito, mas tô super curiosa
hahaha

camys disse...

Quero a Lysa com a Gabriela!
O Adler é fail com certeza, não existe homem assim. No máximo ele vai descobrir que é gay agarrado com um negão por aqui. O Fred por mais fofo que seja, é emo...
A Gabriela tem força, personalidade, além de não ter medo de dar a cara a tapa. De fibra, admirável. Quero uma dessas na minha vida!